O Governo “não acredita” nos prazos, no valor e no aumento das taxas propostos pela ANA para a construção do novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete, segundo o ministro das Infraestruturas.
“Lançámos o desafio à ANA, que irá apresentar uma candidatura no prazo de 36 meses, com um valor indicativo inicial de 8,5 mil milhões que nós queremos reduzir, repito, que nós queremos reduzir, sem abdicar do máximo rigor na gestão das verbas”, afirmou o ministro Miguel Pinto Luz, hoje, na Assembleia da República, no decurso da audição na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação.
O governante vincou também que a construção do novo Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, não vai onerar os contribuintes, segundo o relatório inicial da ANA.
Miguel Pinto Luz adiantou também que a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) está a ultimar os estudos necessários à implementação da proibição de voos no aeroporto da Portela entre a uma e as cinco horas da madrugada.
A esse propósito, o ministro referiu ainda que a ANA não cumpria com os investimentos devidos para mitigar os efeitos do ruído dos aviões e anunciou que nas próximas semanas será discutida em Conselho de Ministros uma “questão especificamente relacionada com ruído”.
Quanto às obras previstas para o Aeroporto Humberto Delgado, Miguel Pinto Luz disse que o Governo já pediu a avaliação de impacto ambiental para todas.
Governo prefere vender 100% da TAP
Já sobre a notícia da “Bloomberg” que ontem apontava para a privatização de pelo menos 49% da TAP, o ministro escusou-se a comentá-la, mas sempre disse que o Governo prefere a venda de 100% da transportadora aérea.
“Não vou comentar notícias da “Bloomberg”. Já disse publicamente o que tenho a dizer sobre a TAP. Este é um Governo minoritário que irá fazer a sua discussão“, disse o ministro. “Não tenho mais nada a acrescentar sobre a notícia que saiu, porque não diz rigorosamente nada”, reforçou.
Questionado pela Iniciativa Liberal, Miguel Pinto Luz sempre disse: “Não tenha dúvidas absolutamente nenhumas, [vender] 100% da TAP é a nossa posição”. Mas reconheceu que a decisão final terá de passar por negociações com o PS.