As obras de expansão da rede do Metro do Porto vão sofrer um aumento de custos que será suportado pelo Governo, “no limite”, através do Orçamento do Estado.
“Esta obra não é isenta a tudo o resto que está a acontecer nos dias que vivemos e, portanto, vamos ter aqui um acréscimo de custos que vamos ter que encontrar forma de financiar. É inevitável, é do conhecimento de todos, não é culpa de ninguém que está a gerir a obra, nem de quem tem responsabilidades diretas sobre este empreendimento”, afirmou o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, citado pela “Lusa”, no final de uma visita à obra de construção da linha Rosa do Metro do Porto, acompanhado dos presidentes da Câmara e da Metro do Porto.
Este acréscimo de custos não será “por certo” financiado por verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), porque estas já estão acomodadas, frisou o governante.
“O financiamento adicional que fizer falta para estas linhas, que estão a ser financiadas ainda pelo quadro financeiro europeu anterior, pelo Portugal 2020 e pelo Fundo Ambiental numa parte substancial, terá de ser compensado através de outros mecanismos, nomeadamente, no limite, através do Orçamento de Estado”, vincou.
Sem conseguir fazer estimativas dado a conta final ainda não estar apurada, Jorge Moreno Delgado assumiu que o aumento de custos nas matérias-primas e custo de mão-de-obra seja na ordem dos 20 a 30%. “Sabemos que haverá uma conta a pagar, estamos conscientes disso, mas não temos números apurados”, frisou.
O secretário de Estado da Mobilidade Urbana salientou que, apesar deste acréscimo de custos, é importante salientar que as obras estão a correr bem, dentro do prazo e como planeado.
Por seu lado, o presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto declarou que, nesta altura, é “extemporâneo” avançar com o valor do acréscimo.
Contudo, disse Tiago Braga, o empreiteiro já formalizou, de acordo com o decreto-lei, a revisão do preço da obra, lembrando que a Ucrânia era um dos grandes produtores mundiais de aço. “Nós temos aqui um bolo global com 407 milhões de euros que vamos gerir até ao limite”, vincou.
Tiago Braga comentou que, até agora, a Metro do Porto tem tido a capacidade de acomodar os sobrecustos que, entretanto, já foram apresentados formalmente por parte do empreiteiro.
“Nós temos sentido que as cadeias logísticas têm apresentado algumas dificuldades, nomeadamente no fornecimento de betão e aço, e tivemos de ter a capacidade, juntamente com o empreiteiro, de encontrar alternativas que têm sobrecustos associados”, referiu.
O prolongamento da Linha Amarela e a construção da Linha Rosa acrescentarão seis quilómetros e sete estações à rede de Metro do Porto, num investimento total superior a 400 milhões de euros.
O presidente da operadora assumiu o objetivo de ter a Linha Rosa a funcionar no primeiro trimestre de 2025, depois de concluídas as obras em Dezembro de 2024.