O Programa de Governo prevê, sem especificar, o lançamento de um novo concurso para a compra de comboios de longo curso para a CP.
No documento, o Executivo diz que o objectivo é “concretizar o investimento em novo material circulante, executando os concursos já lançados para comboios urbanos e regionais e lançando o concurso para comboios de longo curso, constituindo-se como uma aposta na capacidade industrial nacional para o seu fabrico e montagem”.
A compra de mais comboios de longo curso é tanto mais necessária quanto se mantém nos planos do Governo a criação de “um eixo de Alta Velocidade e de elevada capacidade entre Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga e a Galiza”, refere o Programa de Governo.
Recorde-se que ainda no tempo da administração de Manuel Queiró, a CP propôs à tutela a compra de dez comboios de longo curso e 25 destinados aos serviços regionais, num investimento estimado à altura (2017) em 350 milhões de euros. Numa primeira fase, o número de comboios de longo curso foi reduzido para seis, mas o concurso que acabou aprovado, em Setembro de 2018, apenas contemplou 22 comboios regionais, num investimento de 168,2 milhões de euros. A Stadler venceu o negócio.
Já no ano passado, a CP lançou o maior concurso da sua história, para a compra de 117 comboios (com a possibilidade de optar por mais 36)., avaliados em 819 milhões de euros, exclusivamente para os serviços urbanos e regionais.
Penso que o ontem já foi tarde é fundamental continuar a investir na ferrovia, substituir material circulante com mais de 20 anos, modernizar e requalificar os serviços a fim de melhorar a eficiência e capacidade de resposta às necessidades dos portugueses. É necessário colocar Portugal em linha com os restantes países da UE, e desta vez sem deixar projetos inacabados.
Os comboios de longo curso talvez evitem a Vergonha de, na ligação Lisboa – Madrid, usar só comboios espanhóis !