O Governo apresentou uma proposta para tentar evitar a greve dos trabalhadores das administrações portuárias, mas o sindicato SNTAP considera-a “um pouco aquém do pretendido”.
“Houve um desenvolvimento nas últimas horas. Uma proposta que vem do lado das tutelas e nós ainda temos que ponderar se, realmente, é aceitável ou não. Ainda vamos ponderar se desconvocamos a greve ou não”, avançou o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP), Serafim Gomes, em declarações à “Lusa”.
O SNTAP convocou no passado dia 10 uma nova greve, com arranque às zero horas desta quinta-feira, e para durar até 30 de Junho, num total de 14 dias, basicamente às segundas e sextas-feiras..
Apesar de não se comprometer com uma decisão, uma vez que “há várias variáveis em jogo”, Serafim Gomes adiantou que a proposta em causa fica “um pouco aquém das expectativas”.
A manter-se a paralisação, para a qual foram decretados serviços mínimos, o sindicato antecipa uma adesão elevada “para tornar a greve eficaz”.
“Ainda em Dezembro do ano passado, com o [então] ministro [das Infraestruturas] Pedro Nuno Santos vimo-nos obrigados a avançar com uma greve. Depois, o ministro Pedro Nuno Santos saiu e entrou o ministro João Galamba e foi nessa altura, 9 de Janeiro, que nós desconvocámos a greve e acertámos com o senhor ministro dar-lhe algum tempo, já que tinha acabado de tomar posse, para tentar encontrar uma solução para este problema. Inicialmente foi um período de três meses e depois quatro e neste momento estamos a ponderar”, notou o presidente do SNTAP.
No pré-aviso de greve, o sindicato refere, como motivos para a paralisação, a “ausência de resposta à proposta de valorização remuneratória para 2023 apresentada, há mais de meio ano”, com responsabilidades atribuídas ao “Ministério das Finanças ao pretender enquadrar a valorização remuneratória dos Trabalhadores das Administrações Portuárias no despacho conjunto de 15/12/2022, o qual não é exequível neste sector”, refere o sindicado.
Igualmente é referida a “subsistência e arrastamento de várias situações laborais por parte de algumas Administrações Portuárias, inclusive em claro prejuízo para os trabalhadores e até para a(s) própria(s) Administrações”, acrescenta o texto.