Mais dês dias de greve não bastaram aos transportadores rodoviários de mercadorias gregos para impedirem a aprovação da legislação que liberaliza o acesso à actividade.
O Parlamento grego aprovou o novo regime de licenças de transportador, acabando com um regime que vigorava há já quatro décadas e que é tido como uma das razões para os elevados custos dos transportes no país.
A verdade é que não foi por isso que os políticos gregos decidiram agir, mas sim porque a liberalização do sector foi uma das condições impostas pelo FMI e pela União Europeia para apoiarem a económica helénica com 110 mil milhões de euros.
Os transportadores rodoviários de mercadorias estão contra a liberalização do sector e, no mínimo, reclamam uma moratória de cinco anos para a sua aplicação. Motivo: alguns pagaram até 400 mil euros pelas licenças que possuem, uma vez que há décadas que não são emitidas novas, e que a venda das autorizações para exercer era uma das formas dos transportadores garantirem a reforma…
Com a nova legislação, as licenças que eram trocadas a peso de ouro deixam de ter qualquer valor especial.
A greve dos transportadores rodoviários de mercadorias voltou a prejudicar a actividade dos portos e o abastecimento do país. Mas sem sucesso para os transportadores.