Cada vez mais à beira do colapso financeiro, a Grécia anuncia um novo programa de privatizações que inclui os dois maiores portos do país.
O programa é para ser executado até 2015, mas no caso dos portos os processos os processos respectivos terão de ficar fechados até ao final do ano corrente, segundo o governo de Atenas.
Os contornos dos negócios não foram ainda precisados, sabendo-se apenas que a privatização dos portos da capital e de Salónica, a segunda cidade grega, será feita em Bolsa, com a alienação de até 75% do capital.
Em ambos os casos, o governo grego pretende encontrar um parceiro estratégico para assumir uma posição de referência na futura estrutura accionista das duas sociedades.
Em 2009, o governo grego concessionou à Cosco a operação de dois dos três terminais de contentores do porto do Pireu, num processo que motivou uma sucessão de paralisações dos trabalhadores portuários, que contestaram a passagem para a esfera privada.
No mesmo ano, as autoridades de Atenas desistiram de concessionar o terminal de contentores de Salónica depois de o único candidato, a Hutchison Ports, ter retirado a sua proposta já perto do termo do processo. Também em Salónica houve protestos dos trabalhadores abrangidos.
Desde que a crise financeira eclodiu na Grécia os portos têm sido um dos palcos da contestação às medidas do governo, pelo que é provável que os protestos regressem assim o processo de privatização avance.
O novo “pacote” de privatizações agora anunciado por Atenas deverá render 50 mil milhões de euros até 2015. Verba que permitirá poupar três mil milhões de euros anuais nos juros da dívida, que já superou os 340 mil milhões de euros.