A greve dos pilotos de barra e portos registou uma adesão de 100% em todos os portos do país, excepto em Leixões.
Segundo Aristides Bicho, dirigente do sindicato OficiaisMar, nos portos de Viana do Castelo, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal, Sines e Algarve a adesão à greve dos pilotos da barra e portos “é de 100%”.
“A excepção” foi o porto de Leixões, que “esteve a trabalhar”: “Não tenho informação fidedigna se foram serviços mínimos ou se foram pilotagens normais, não conseguimos filtrar, mas é natural que haja um ou outro colega que não tenha aderido à greve, cada um é livre de fazer o que entender”, afirmou Aristides Bicho, citado pela “Lusa”.
De acordo com o dirigente do OficiaisMar, na sequência da paralisação – que se prolonga até ao final de quarta-feira e é retomada a 6 e 7 de Dezembro – há vários navios em à espera para entrar nos portos, outros que atrasaram a chegada em função do final da greve e vários outros que estão estacionados nos portos e não puderam sair.
Já nos portos da Madeira e dos Açores a greve acabou por ser suspensa, porque, segundo Aristides Bicho, os governos regionais manifestaram o seu “acordo com o que está em cima da mesa” e assumiram “o compromisso sério, escrito, de que se o Governo da República – que é quem está em falta – atender a esta reivindicação mais do que justa, eles também atenderão”.
Os grevistas reivindicam o cumprimento de um acordo, alcançado em 7 de Agosto de 2019 com as administrações portuárias, que abria aos pilotos de barra e portos a possibilidade de antecipação da reforma a partir dos 60 anos.
Segundo um comunicado do OficiaisMar, “apesar de todas as tentativas de diálogo com a tutela ao longo dos últimos três anos, consideraram-se esgotadas as possibilidades de negociação, tanto mais que, em reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, realizada no passado dia 21 de setembro de 2022, foi claramente dito que o Governo não implementaria este acordo”.
À “Lusa”, o dirigente do OficiaisMar enfatizou que os trabalhadores podiam optar por “cumprir greves muito mais prolongadas, mas têm consciência de que a situação do país não é boa e que 85% a 90% do fluxo em termos de mercadorias é transportado pelo mar”.
“Era bom que o Governo da República começasse a pensar bem, porque [o acesso à reforma antecipada] é uma medida mais do que justa e as coisas podem resolver-se muito bem. Esperamos essa razoabilidade e uma boa recepção por parte do Governo da República. Estamos esperançosos de que boas notícias virão”, sustento