Mais de 300 trabalhadores portuários da APM Terminals, em Algeciras, preparam-se para cumprir uma série de paralisações de 24 horas, em protesto contra a alegada intenção da empresa de lhes reduzir os salários.
De acordo com fontes sindicais citadas na imprensa local, em causa estarão cortes que poderão ultrapassar os 20% da remuneração.
Um porta-voz da APM Terminals, também citado nos media, justifica o plano de redução de despesas com a necessidade de garantir a competitividade do terminal de Algeciras face à concorrência. A companhia do grupo AP Moller Maersk aposta em chegar a um acordo rapidamente, mas para já a resposta dos trabalhadores é a greve.
Do outro lado do estreito de Gibraltar está o porto de Tanger Med, onde a APM Terminals igualmente opera um terminal de contentores. A concorrência a Algeciras vem dali, e é Tanger Med quem mais terá a ganhar com a perturbação laboral em Algeciras.
Ambos os portos disputam o tráfego de transhipment entre a Europa, o Mediterrâneo, a Ásia e a África. E se bem que as grandezas absolutas dos dois não sejam ainda comparáveis, a verdade é que enquanto a APM terá caído 9% em Algeciras, no primeiro trimestre, Tanger Med cresceu 48% no mesmo período.
Números que o porta-voz da AP Terminals se escusou a comentar, alegando que os resultados trimestrais da AP Moller Maersk serão apresentados no próximo dia 11.