As greves que estão a paralisar os portos custam centenas de milhões de euros às empresas e ao Estado, denunciou Bruno Bobone, presidente da Associação Comercial de Lisboa.
Em declarações à “RR”, aquele dirigente associativo, ele próprio empresário com interesses no mundo do shipping e do comércio internacional, disse que só as empresas do Centro e Sul que utilizam o porto de Lisboa para receber e escoar as suas cargas acumularão um prejuízo de 425 milhões de euros. E explicou:
“Nós vamos ter uma diminuição nas exportações de cerca de 370 mil toneladas, e nas importações qualquer coisa como 650 mil toneladas. Em termos de valor que vai deixar de ser exportado, que é aquilo que é exportado do Porto de Lisboa durante um mês, são 425 milhões de euros. Estamos a falar de valores significativos que vão colocar as empresas em prejuízo”.
Para além das empresas também o Estado sai prejudicado com os impostos que não cobra, disse o presidente da Associação Comercial de Lisboa.
À medida que as greves se prolongam o desvio das cargas para outros portos vai-se dificultando, quer por causa dos custos quer por força das limitações de capacidade que os demais portos também sentem, reforçou.
“Com a situação económica em que estamos, com a dificuldade de vida em que as pessoas se encontram, ter um conjunto de pessoas que felizmente para eles até ganham bastante bem, e que são capazes de prejudicar o país desta maneira, aumentando o desemprego e prejudicando os outros trabalhadores que não tem essas condições, parece-me que é de falta total de respeito pelas pessoas”, criticou ainda Bruno Bobone.