Os trabalhadores da Groundforce receberão os seus créditos a 100%, num prazo de dois meses. Já a ANA (e a TAP) terão de esperar até 2028 para serem totalmente ressarcidas, prevê o plano dos administradores da insolvência.
De acordo com a proposta de recuperação da Groundforce, a que a “Lusa” teve acesso, no caso dos créditos laborais estabelece-se o “pagamento de 100% dos créditos em uma prestação que se vence no prazo de dois meses a contar da data do trânsito em julgado da sentença de homologação do plano de insolvência”, e “sempre em momento anterior ao dos demais credores”.
Já no caso da ANA, que viu reconhecidos créditos no valor de 12,8 milhões de euros, a proposta prevê “o pagamento de 30% do crédito, em três prestações anuais e iguais, cada uma de 10% do montante total do crédito, com vencimento em 2023, 2024 e 2025”, seguido do pagamento de 40% do crédito, em duas prestações anuais e iguais, cada uma de 20% do montante total, com vencimento em 2026 e 2027, sendo os 30% restantes pagos numa única prestação em 2028.
Um calendário semelhante aplicar-se-á à TAP, que tem créditos reconhecidos de 15,5 milhões de euros, mas que deverá converter 2,4 milhões de euros em capital social, podendo ainda converter mais em suprimentos.
Os créditos comuns serão pagos em várias prestações entre 2023 e 2029. A operadora de handling tem créditos reconhecidos de 136,2 milhões de euros.
Menzies poderá investir 25,6 milhões
O documento estabelece ainda que a Menzies Aviation, que deverá entrar na Groundforce com um investimento inicial de 12,5 milhões de euros, poderá investir mais 25,6 milhões de euros, “em caso de necessidade”.
Este investimento, a acontecer, será repartido por equipamento de handling e equipamento de assistência aos serviços de carga, “a realizar previsivelmente entre 2024 e 2027, ou, em alternativa, o recurso a outros meios operacionais que permitam a sustentabilidade e o desenvolvimento da actividade comercial da SPdH [Groundforce] e o cumprimento do presente plano”.
O plano de insolvência apresentado “não prevê qualquer desinvestimento na empresa”, lê-se no documento.