O Grupo SATA transportou no ano passado 2,4 milhões de passageiros e atingiu um volume de receitas de 395 milhões de euros, superando largamente os números de 2022 e 2019, anunciou.
A SATA Internacional, ou Azores Airlines, teve mesmo um ano recorde. As receitas atingiram os 285,8 milhões de euros (mais 35,4% que em 2022 e mais 81,7% que em 2019) e os passageiros transportados chegaram aos 1,45 milhões (+33,4% e +52,8%, face a 2022 e 2019, respectivamente). Apesar do aumento da oferta (17% para 9 700 voos), o load factor cresceu oito pontos percentuais e atingiu os 82,8%.
Ainda no ano passado, a Azores Airlines quase multiplicou por quatro o EBITDA (21,6 milhões de euros contra 5,4 milhões em 2022, naquele que foi então o primeiro EBITDA positivo numa década). O EBIT melhorou 11,8 milhões de euros, acrescentou o grupo açoriano, sem precisar.
No comunicado emitido, é destacado o impacto dos “custos extraordinários com irregularidades (+4,7 milhões de euros vs 2022) e ACMIs (aluguer de aeronave, tripulação, manutenção e seguros) (+15,3 milhões de euros vs 2022) em 2023, resultado, sobretudo, de condições climatéricas adversas e de atrasos na entrega de aeronaves em manutenção e na entrega do novo avião A320 NEO”.
Igualmente sublinhado é o facto de os resultados não consideraram “qualquer remuneração pela execução das rotas ao abrigo das Obrigações de Serviço Público entre a Região Autónoma dos Açores e o Continente e a Madeira, que têm apresentado historicamente défices de exploração. Se fossem excluídos estes três efeitos [irregularidades, ACMIs e OSP], a Azores Airlines teria atingido um EBIT de 26,7 milhões de euros, +30,9 milhões de euros quando comparado com 2022, e fazendo os mesmos ajustes neste ano”.
Tudo considerado, o resultado líquido manteve-se negativo, mas reduzido a cerca de metade, na casa dos oito milhões de euros.
A SATA Air Açores, por seu turno, obteve receitas de 109,5 milhões de euros (+18,4% face a 2022, +30,9% face a 2029) e transportou 952 mil passageiros (+14%, +24%). O EBITDA crescfeu de 7,8 milhões para 11,4 milhões de euros e o EBIT foi positivo em 300 mil euros, numa melhoria de 2,8 milhões de euros.
O exercício de 2023 ficou ainda marcado, na SATA Air Açores, pelo pagamento antecipado de um empréstimo obrigacionista de 60 milhões de euros, que lhe permitirá uma poupança de cerca de 18 milhões de euros até 2026.
A crise política nos Açores interrompeu o processo de privatização da Azores Airlines, mas o novo governo já reafirmou a intenção de o retomar.