O presidente do Grupo Urbanos, Alfredo Casimiro, disse esta sexta-feira, em comunicado, estar confiante de que a empresa de transportes vai conseguir reestruturar o seu passivo e sair “mais forte” do processo especial de revitalização (PER) em que se encontra.
“O presidente do Grupo Urbanos, Alfredo Casimiro, está absolutamente seguro que, com a reestruturação deste passivo, a Urbanos terá um futuro sólido de crescimento e de contínua inovação”, lê-se na nota enviada às redacções, no dia seguinte a ter sido noticiado que a Urbanos deve 44,2 milhões de euros a mais de duas dezenas de credores, entre os quais se destacam o Estado e o Novo Banco, que é a instituição financeira com mais créditos reconhecidos junto da empresa.
“Estamos certos de que sairemos mais fortes, mais competitivos e mais motivados para continuar a prestar, aos nossos clientes e a toda sociedade, um serviço de qualidade, valor acrescentado e de constante inovação”, acrescentou Alfredo Casimiro.
Segundo a informação dada pela empresa, “o Grupo Urbanos não tem dívidas fiscais, nem à Segurança Social”. Porém, de acordo com a relação de créditos reconhecidos pelo administrador judicial, Pedro Pidwell, verifica-se que a Urbanos deve ao Estado, directamente à Fazenda Nacional, mais de 400 mil euros pela falta de pagamento de impostos e custas.
Somando-se os créditos devidos à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e aos veículos que herdaram os activos problemáticos do Banco Português de Negócios (BPN), a empresa liderada por Alfredo Casimiro deve 8,5 milhões de euros aos cofres públicos.
“A dívida referida está devidamente negociada e a ser paga dentro do acordado com a autoridade tributária”, afirmou à “Lusa” fonte da Urbanos. De resto, a empresa realçou que “o Grupo Urbanos não tem dívidas a colaboradores” e que “tem a situação regularizada com os seus fornecedores”. E destacou: “a Urbanos mantém um serviço de excelência e qualidade aos seus clientes, factor que sempre nos
caracterizou e diferenciou”.
A empresa justificou a necessidade de pedir protecção judicial contra os credores devido ao “ciclo económico difícil entre 2012 e 2014, fruto da crise instalada no país”, pela qual passou. “Em 2015, o Grupo Urbanos já teve EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo, prevendo para 2016 uma melhoria no EBITDA”, vincou.
A Urbanos sublinhou ainda que “o recurso a um programa de revitalização é feito para poder reestruturar o passivo financeiro acumulado durante os anos de expansão e desta profunda crise económica que o país atravessou entre 2012 e 2015” e assegurou que “é pelos 400 trabalhadores e 300 subcontratados que neste grupo trabalham que vale a pena continuar a lutar”.
A relação de créditos reconhecidos foi anexada na quarta-feira ao processo especial de revitalização (PER) que a empresa solicitou e foi elaborada pelo administrador judicial provisório, Pedro Pidwell, nomeado em meados de Agosto no âmbito do PER do Grupo Urbanos SGPS, sendo possível consultá-la no portal Citius, do Ministério da Justiça.
Entre os privados, o Novo Banco é o maior credor, com mais de 7,5 milhões de euros. Mas também são credores o BCP, o Banco BIC, o Banco Popular Portugal, o Santander Totta, o Bankinter, o Crédito Agrícola, o Montepio Geral e o Deutsche Bank – sucursal em Portugal. Depois há uma relação de outros credores não financeiros, como a Lisgarante, a Translogart, a SafeBox, a Mercedes e a Pasogal, além de sociedades do próprio grupo.
Além da Urbanos SGPS, há também outras empresas operacionais do grupo que pediram o PER e que ficaram sob protecção judicial.
Cresceu rápido demais
Passando por cima de tudo e todos
So podia dar nisto