Quarta-feira, Fevereiro 8, 2023
  • Login
Transportes & Negócios

  • T&N
  • NOTÍCIAS
    • MARÍTIMO
    • AÉREO
    • FERROVIÁRIO
    • RODOVIÁRIO
  • OPINIÃO
    Contos impopulares [i]

    Minerais críticos – sustentabilidade das cadeias de abastecimento

    TAP: Porque não a maior companhia aérea do mundo?

    TAP: Porque não a maior companhia aérea do mundo?

    PRR, obras, conflitos e dispute boards

    PRR, obras, conflitos e dispute boards

    Ferrovia, alavanca de desenvolvimento económico

    Ferrovia, alavanca de desenvolvimento económico

    Os portos portugueses – uma década perdida

    A importância da carga e dos donos da carga

    Perigoso é o (des)conhecimento!

    Assalto às Nações Unidas

  • ENTREVISTAS
    Entrevista de José Carlos Barbosa (CP)

    Entrevista de José Carlos Barbosa (CP)

    Entrevista a Diogo Marecos (Yilport)

    Entrevista a Diogo Marecos (Yilport)

    Entrevista a Jaime Vieira dos Santos (CP Leixões)

    Entrevista a Jaime Vieira dos Santos (CP Leixões)

    Entrevista a Joaquim Guerra, Presidente da Plataforma Ferroviária Portuguesa

    Entrevista a Joaquim Guerra (Plataforma Ferroviária Portuguesa)

  • INICIATIVAS
    • WEBINARS T&N
    • SEMINÁRIOS T&N
      • PORTO MARITIME WEEK
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE RODOVIÁRIO
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE FERROVIÁRIO
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE AÉREO
    • PRÉMIOS DE CARGA
  • NEWSLETTER
  • PORTUGAL LOGISTICS
  • ASSINAR T&N
Sem resultados
Ver todos os resultados
  • T&N
  • NOTÍCIAS
    • MARÍTIMO
    • AÉREO
    • FERROVIÁRIO
    • RODOVIÁRIO
  • OPINIÃO
    Contos impopulares [i]

    Minerais críticos – sustentabilidade das cadeias de abastecimento

    TAP: Porque não a maior companhia aérea do mundo?

    TAP: Porque não a maior companhia aérea do mundo?

    PRR, obras, conflitos e dispute boards

    PRR, obras, conflitos e dispute boards

    Ferrovia, alavanca de desenvolvimento económico

    Ferrovia, alavanca de desenvolvimento económico

    Os portos portugueses – uma década perdida

    A importância da carga e dos donos da carga

    Perigoso é o (des)conhecimento!

    Assalto às Nações Unidas

  • ENTREVISTAS
    Entrevista de José Carlos Barbosa (CP)

    Entrevista de José Carlos Barbosa (CP)

    Entrevista a Diogo Marecos (Yilport)

    Entrevista a Diogo Marecos (Yilport)

    Entrevista a Jaime Vieira dos Santos (CP Leixões)

    Entrevista a Jaime Vieira dos Santos (CP Leixões)

    Entrevista a Joaquim Guerra, Presidente da Plataforma Ferroviária Portuguesa

    Entrevista a Joaquim Guerra (Plataforma Ferroviária Portuguesa)

  • INICIATIVAS
    • WEBINARS T&N
    • SEMINÁRIOS T&N
      • PORTO MARITIME WEEK
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE RODOVIÁRIO
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE FERROVIÁRIO
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE AÉREO
    • PRÉMIOS DE CARGA
  • NEWSLETTER
  • PORTUGAL LOGISTICS
  • ASSINAR T&N
Sem resultados
Ver todos os resultados
Transportes & Negócios
Sem resultados
Ver todos os resultados

Guerra na Ucrânia – O transporte de cereais

por Fernando Grilo
20/12/2022
em Opinião
0
Partilhar no FacebookPartilhar no TwitterPartilhar no LinkedinPartilhar no Whatsapp
Foto em www.consilium.europa.eu, Conselho Europeu (Sergei Supinsky/AFP)

“As Guerras do Trigo, uma história geopolítica dos cereais”, de Scott Reynolds Nelson[i], é um livro oportuno que aborda, entre outros aspetos, a importância estratégica do transporte marítimo de cereais a granel desde o século XVIII, algo a que damos pouco importância porque hoje estamos obcecados com os gadgets, equipamentos industriais e todo o tipo de produtos fabricados na China, de que não prescindimos, e que dependem do transporte marítimo em contentores.

Segundo o autor do livro, a Ucrânia tem um solo extremamente fértil, a chernozem, uma terra argilosa escura, que sendo arejada permite a proliferação de minhocas e bactérias. Em 1768, a czarina Catarina II ordenou que mais de 100.000 soldados, por terra e pelo Mar Negro, invadissem e conquistassem a região. Essa ação fazia parte de um plano de construção do Império Russo, que previa o cultivo em larga escala de trigo na Ucrânia e a sua exportação para a Europa como forma de a controlar. Cem anos mais tarde (1860), a posição dominante da Rússia no mercado do trigo viria a ser interrompida pela entrada na Europa de grandes quantidades de trigo transportadas por via marítima dos Estados Unidos, na sequência da Guerra Civil Americana.

A partir de 1866, quatro empresas de cereais americanas controlavam o comércio e o transporte marítimo no Atlântico, um tráfego anual de 10.000 navios. Grande parte desses navios eram veleiros, porque o carvão num navio a vapor ocupava cerca de metade da capacidade de transporte na travessia do Atlântico o que tornava não rentável a sua utilização. Por outro lado, a alta densidade dos cereais permitia estabilizar a embarcação (veleiro) durante a viagem.

Entre as empresas que controlavam o comércio de cereais no século XIX estavam as ABCD – Arthur, Daniels Midland (EUA), a Cargill (EUA), a Dreyfus (França) e a Bunge (Países Baixos). Todas elas tinham também armazéns em Odessa.

Cereais da Ucrânia hoje

Em 2021, entre os maiores exportadores de trigo na Ucrânia continuavam a figurar as mesmas empresas: Archer Daniels Midland (ADM), Bunge, Cargill e Louis Dreyfus – que são conhecidas como as ABCD pelo facto de financiarem a produção e o comércio de trigo a nível global. Empresas com 150 anos de história que controlaram nesse ano de 2021 cerca de 30% da exportação do país.

Entre janeiro e novembro de 2022, a Ucrânia[ii] exportou 9,6 milhões de toneladas de trigo, 21,9 mt de milho, 3,9 mt de sementes de girassol e 5,8 mt de outras sementes para produção de óleo. Um total de exportação de cereais e sementes de 50,9 milhões de toneladas (16,7% menos do que em 2021), no valor total de 21,1 mil milhões de dólares americanos.

…o envolvimento entre as ABCD, os armadores de navios graneleiros e os compradores do trigo e outros cereais e sementes garantiram o sucesso do Black Sea Grain Initiative.

O maior exportador de cereais da Ucrânia é a Kernel Holding Société Anonyme, registada no Luxemburgo, que tem como principal acionista Andrey Verevskiy, que foi deputado do Partido das Regiões (pró-russo) no Parlamento, de onde foi expulso em 2013. A Kernel controla 499.100 hectares de terra cultivável (área semelhante à do Distrito de Setúbal).

Os cereais, sementes e grãos são tipicamente transportados em navios com capacidade entre 10.000 e 60.000 toneladas (mini bulkers, handysize bulk carriers, handymax bulk carriers e panamax bulk carriers).

Como exemplo[iii], entre setembro e outubro de 2022, foram efetuadas 4 viagens entre portos Ucranianos (Odessa e Chornomorssk) e portos Portugueses, por navios com 7.757 t de trigo, 18.716 t de milho, 6.834 t de cevada e 21.000 t de canola. Um total de 55.300 toneladas.

Mini Bulker
Panamax no porto de Mykolaiv

Nesse mesmo período, entre portos Ucranianos e a China, as cargas transportadas em 35 viagens eram maioritariamente entre 30.000 e 60.000 toneladas (milho, girassol e cevada). Em 2021, o sexto maior produtor na Ucrânia foi a COFCO Agri Ukraine, uma subsidiária da empresa chinesa COFCO, que exportou 810.000 t em 2021.

Utilização de “navios sujos”

Recentemente[iv], com a procura de minério de ferro em queda na China e a quebra nas taxas de frete dos “ore carriers” (navios para o transporte de minério) as traders decidiram passar a utilizar este tipo de navios para transportar milho e soja. A COFCO International Ltd, a Archer-Daniels-Midland Co. e a Cargill, reservaram quatro “Baby Capes”[v] para transportar cereais da América do Sul para a Ásia durante o próximo ano. Segundo a Cargill a justificação é simples: “quanto mais carregamos, mais barato é o custo do frete para os nossos clientes e menor a pegada de carbono”.

Os navios para transporte de minério de ferro não são normalmente utilizados no transporte de cereais pois tal envolve um demorado processo de limpeza de porões – uma etapa necessária para garantir que os consumidores de cereais, humanos ou animais, não vão ingerir ferrugem, areia metálica ou outro tipo de resíduos sujos. Os porões são lavados com produtos químicos a alta pressão, escovados para retirar as lamas e drenados da água lamacenta. O processo de limpeza tem um custo e requer alguns dias extra de fretamento (pode demorar uma semana se for necessário raspar a pintar as paredes por se verificar impossibilidade de remover toda a sujidade).

Mercado

De acordo com os analistas[vi], as exportações de trigo da Rússia vão continuar a crescer em 2023 a não ser que as sanções criem complicações extremas para o afretamento de navios para carregar nos portos russos, nomeadamente no processamento de pagamentos nos bancos.

Estima-se que em 2022 a Rússia exporte 150 milhões de toneladas de cereais e sementes, dos quais 100 milhões de trigo. Os principais destinos para o trigo são Egito, Arábia Saudita, Argélia, Paquistão, Brasil e México. Entre as maiores empresas exportadoras da Rússia estão a Reef LLC (Rússia, controlada pelo Estado), a Glencore LLC (Suiça), a JSC Aston (Rússia, privada), a Cargil e a Louis Dreyfus Vostok.

Na minha opinião, mais do que a diplomacia da ONU e da Turquia, o envolvimento entre as ABCD, os armadores de navios graneleiros e os compradores do trigo e outros cereais e sementes garantiram o sucesso do Black Sea Grain Initiative. Mas em caso de agravamento da situação de guerra em 2023 pode a carência de trigo e outros cereais voltar a estar no centro das atenções, como esteve em quase todas as guerras e revoluções, como demonstra Scott Reynolds Nelson no seu livro.

[i] Editado pela Zigurate em outubro 2022.

[ii] https://latifundist.com/en/novosti/60418-tsogorich-ukrayina-eksportuvala-agroproduktsiyi-na-ponad-20-mlrd.

[iii] Ver em Black Sea Grain Initiative Joint Coordination Centre, https://www.un.org/en/black-sea-grain-initiative/vessel-movements.

[iv] Fonte: Bloomberg.

[v] Os “Baby Capes”, são os mais pequenos Capesize com capacidade para transportar cerca de 100 mil toneladas, isto é 50 a 60% mais do que os Panamax.

[vi] Reuters 8 Dezembro 2022, ver em https://www.hellenicshippingnews.com/russias-december-wheat-exports-close-to-record-experts-say/.

FERNANDO GRILO

Economista de Transportes Marítimos

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Transportes & Negócios

Apartado 30
4585-592 Recarei
fernando.goncalves@transportesenegocios.pt

+ SECÇÕES

Combinado
Economia e Mercados
Formação
Imobiliário
Infra-Estruturas
Logística

 

Mobilidade
Pessoas
Press Releases
Tecnologia
Transportes
Shortsea
Veículos Comerciais

           SOBRE

 Quem somos
 Contactos
 Estatuto Editorial
 Ficha Técnica
 Publicidade
 Política de Privacidade
 Termos e Condições

© 2020 Transportes & Negócios - Todos os direitos reservados

Sem resultados
Ver todos os resultados
  • T&N
  • NOTÍCIAS
    • MARÍTIMO
    • AÉREO
    • FERROVIÁRIO
    • RODOVIÁRIO
  • OPINIÃO
  • ENTREVISTAS
  • INICIATIVAS
    • WEBINARS T&N
    • SEMINÁRIOS T&N
      • PORTO MARITIME WEEK
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE RODOVIÁRIO
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE FERROVIÁRIO
      • SEMINÁRIO T&N TRANSPORTE AÉREO
    • PRÉMIOS DE CARGA
  • NEWSLETTER
  • PORTUGAL LOGISTICS
  • ASSINAR T&N

© 2021 Transportes & Negócios | Todos os direitos reservados

Bem vindo de volta!

Login na sua conta abaixo

Esqueceu a Password?

Recupere a sua senha

Por favor introduza o seu nome de usuário ou endereço de email para redefinir a sua senha.

Log In

Adicionar Nova Playlist

Utilizamos determinadas tecnologias no nosso site, como os cookies, para personalizarmos os conteúdos e a publicidade, proporcionarmos funcionalidades das redes sociais e analisarmos o nosso tráfego. Clique em "ok" para consentir a utilização destas tecnologias na web. Saiba mais acerca da nossa política de privacidade clicando no botão "política de privacidade".OkPolítica de Privacidade