A falta de contentores ameaça a exportação da castanha de caju, a principal fonte de receita da Guiné-Bissau.
A campanha de comercialização da castanha de caju foi hoje lançada oficialmente, numa cerimonia que decorreu no Palácio do Governo, em Bissau. Mas a falta de contentores está a preocupar os empresários, alertou o presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS).
Segundo Mama Samba Embaló, o sector privado guineense tem neste momento duas preocupações em relação à campanha de comercialização da castanha de caju. “Primeiro, há os contentores de caju exportado no ano passado que ainda não chegaram ao destino e que se encontram em trânsito em outros portos”, afirmou. A segunda preocupação prende-se com “algum stock de caju do ano passado que ainda não saiu devido à falta de contentores e de navios”.
O presidente em exercício da CCIAS explicou que o problema se agravou com a saída da Maersk do país, mas há promessas do governo para encontrar uma solução para o problema dos contentores e navios que vão exportar o caju deste ano.
“É um problema. Sem a existência de navios para garantir a campanha deste ano, a exportação deste ano vai ser muito difícil. Temos de arranjar a solução para o caju em trânsito e para a exportação do caju deste ano”, salientou.
Em Agosto de 2020, a empresa dinamarquesa Maersk viu-se envolvida numa polémica judicial em Bissau, que culminou com o arresto de um navio da companhia, que acabou por ser libertado mais tarde. Na sequência do incidente, a Maersk decidiu abandonar o país.
Fontes ligadas ao sector privado guineense admitiram à “Lusa” que a saída da companhia tem afectado a atividade do comércio na Guiné-Bissau.
A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, motor do crescimento económico do país, e da qual depende directa ou indiretamente 80% da população guineense.