Como anunciado, e apesar da contestação dos transportadores, arrancou hoje a cobrança de portagens para pesados de mercadorias em Guipuzcoa, no País Basco espanhol.
As portagens para camiões, uma estreia em Espanha, são cobradas na N1 e na A15, duas vias de tráfego intenso por onde circulam diariamente uns 12 mil pesados, dois terços dos quais envolvidos em transportes internacionais.
O custo das portagens, cobradas com recurso a pórticos que lêem os dispositivos electrónicos embarcados, variam entre os 33 e os 44 cêntimos/km.
A receita anual estimada rondará os 30 milhões de euros.
Transportadores contestam
As organizações que integram o Comité Nacional de Transporte por Estrada (CNTC) espanhol já anunciaram mobilizações contra as portagens em Guipuzcoa.
Os transportadores rodoviários espanhóis alertam para os “efeitos prejudiciais e inflacionários imediatos” que este custo adicional para o sector terá sobre a competitividade da economia, uma vez que pode afectar a exportação de produtos espanhóis e aumentar o preço final dos bens.
A CNTC considera a portagem uma “dupla tributação” num sector que, defendem os responsáveis pela entidade, já contribui anualmente para os cofres do Estado espanhol com mais de 12 000 milhões de euros através de diferentes impostos.
Além disso, os transportadores consideram o valor a cobrar elevado e que a receita não reverterá em benefício do sector.
Entretanto, em paralelo às mobilizações, a CNTC espera que o Superior Tribunal de Justiça do País Basco se pronuncie sobre o recurso interposto. Os transportadores alegam que as portagens violam as directivas europeias relativas à tarifação de infra-estruturas.