Enquanto a dragagem do Elba continua adiada, o porto de Hamburgo vai perdendo terreno para os seus concorrentes mais directos, Roterdão e Antuérpia.
Hamburgo movimentou 4,45 milhões de TEU no primeiro semestre de 2017, um volume em linha com o ano passado. Embora seja um sinal positivo após dois anos de descida, o porto alemão continua a perder para a concorrência.
Com efeito, tanto Roterdão como Antuérpia aumentaram os volumes de contentores movimentados no primeiro semestre do ano em relação ao período homólogo de 2016. No caso do porto holandês, o crescimento foi de 9,4%, para 6,66 milhões de TEU. Já no caso de Antuérpia, que “roubou” a Hamburgo o estatuto de segundo maior porto europeu, a subida foi de 1,8%, para 5,14 milhões de TEU.
Em Fevereiro último, o Tribunal Administrativo Federal Alemão, de Leipzig, aprovou, finalmente, o projecto de aprofundamento de Elba. A obra de dragagem está suspensa desde 2013 por causa da oposição dos ambientalistas ao projecto.
Apesar de ter recebido a aprovação do tribunal, o mandato de suspensão dos trabalhos, emitido há quatro anos, permanece em vigor, uma vez que, primeiro, o porto tem de dar resposta a duas grandes preocupações ambientais. Uma é encontrar áreas de substituição para a planta da cicuta e da oenanthe conioides (uma planta aquática rara), que vivem ao longo do Elba; outra é abordar as preocupações com a flutuação da salinidade do rio.
Após o anúncio do tribunal, em Fevereiro, o presidente da Autoridade Portuária de Hamburgo, Jens Meier, indicou que uma equipa de projecto trabalharia “a todo o vapor” para resolver esses problemas.
Se tudo correr pelo melhor, os trabalhos de aprofundamento do Elba, no acesso ao porto de Hamburgo, poderão começar dentro de um ou dois anos.
Mais 1 800 TEU por escala
O projecto prevê a correcção e o aprofundamento do canal de acesso ao porto de Hamburgo, numa extensão de 130 quilómetros. Com isso, será possível a operação, sem restrições, de navios com calados de 14,5 metros, contra os actuais 13,5 metros.
Em termos práticos, será assim possível aos navios que demandam o porto germânico movimentarem mais 1 800 TEU em cada escala.
Actualmente, as entradas e saídas dos navios de maiores dimensões estão sujeitas a limitações na carga transportada e à evolução das marés.