Depois de ter estado à beira da falência, a Hapag-Lloyd alcançou em 2010 um resultado histórico, que pode prenunciar o sucesso da sua próxima entrada em Bolsa.
No ano passado, a companhia alemã, sexta no ranking mundial de transporte de contentores, atingiu um volume de receitas de 8,5 mil milhões de dólares, 39% acima do realizado no exercício anterior, e muito para além do crescimento verificado nos volumes transportados.
EM 2010, a Hapag-Lloyd transportou 4,95 milhões de TEU, uma subida homóloga de 7%. O Atlântico Norte foi o primeiro mercado, com 1,14 milhões de TEU transportados (mais 8%), mas a América Latina foi aquele que mais cresceu: 18% para 1,08 milhões de TEU. Os serviços Europa-Ásia cresceram 6% para os 1,11 milhões de TEU e os do trans-Pacífico contribuíram com 1,09 milhões de TEU (mais 11%).
A receita média por TEU transportado avançou de 1 238 para 1 569 dólares. Isso e a contenção de custos resultaram num EBIT de 805 milhões de dólares, contra os 472 milhões de dólares negativos registados em 2009.
Os lucros recorde de 1,25 mil milhões de dólares comparam com as perdas de 142 milhões de dólares do exercício anterior, quando a Hapag-Lloyd parece estar à beira do abismo.
A única sombra que permanece sobre os números da companhia é o seu nível de endividamento, com uma dívida líquida de 1,56 mil milhões no final do exercício.
A Hapag-Lloyd deverá entrar em Bolsa no próximo mês de Abril através de uma Oferta Pública Inicial, que o grupo TUI aproveitará para reduzir a sua exposição à companhia, no que poderá ser acompanhado por alguns membros do consórcio Albert Ballin.