Animada pelos resultados do primeiro trimestre, a Hapag-Lloyd reviu em alta as previsões de resultados para o final do exercício.
Se em Março a Hapag-Lloyd previa um EBITDA entre 1,1 e 3,3 mil milhões de dólares, agora aponta para um intervalo entre os 2,2 e os 3,3 mil milhões de dólares.
Na mesma linha, e no que toca ao EBIT, a companhia alemã prevê agora ficar a zeros, no pior cenário, ou ganhar 1,1 mil milhões de dólares, no pior, quando há apenas dois meses admitia perder até 1,1 mil milhões de dólares.
Em qualquer dos casos, avisa, o grosso dos resultados previstos deverá ser conseguido na primeira metade do ano, o que deixa perceber que a situação poderá degradar-se no segundo semestre.
Tal como antecipado, os resultados do primeiro trimestre ficaram longe dos números recordes dos últimos anos, mas ainda assim agradaram aos responsáveis da companhia.
No negócio do shipping, as receitas caíram para 4,6 mil milhões de dólares (seis mil milhões há um ano), apesar do aumento de 6,8% nos volumes transportados (três milhões de TEU) e penalizado pela quebra do frete médio (1 359 dólares/TEU agora, 1 999 dólares/TEU há um ano).
Ainda assim, sublinha a Hapag-Lloyd, os fretes foram suportados pela procura e pelas dificuldades no Mar Vermelho, dificuldades essas que ajudaram também a iludir o excesso de oferta de capacidade pela entrada no mercado de novos navios.
No final do trimestre, o EBITDA foi de 906 milhões de dólares (contra 2,4 mil milhões no período homólogo de 2023) e o EBIT ficou-se nos 378 milhões (1,9 mil milhões).
A divisão de terminais e infra-estruturas registou receitas de 107 milhões de dólares e EBITDA e EBIT de 35 milhões e 18 milhões, respectivamente. Mas aqui a comparação é prejudicada porque esta área de negócio só foi estabelecida como tal no segundo semestre do ano passado.
“Embora os nossos resultados estejam significativamente abaixo dos números excepcionalmente fortes do ano anterior devido à normalização das cadeias de abastecimento, estamos satisfeitos por termos começado o novo ano com o pé direito. Os fretes estabilizaram no primeiro trimestre devido ao reencaminhamento dos navios em torno do Cabo da Boa Esperança e à maior procura de capacidade. Os numerosos novos navios que foram e serão entregues em toda a indústria em 2024 têm sido fundamentais para manter as cadeias de abastecimento funcionando sem muitas interrupções. No futuro, devemos ficar atentos aos nossos custos e continuaremos a implementação da nossa Estratégia 203o”, sintetizou Rolf Habben Jansen, CEO da Hapag-Lloyd, citado no comunicado emitido a propósito.