A Hapag-Lloyd confirmou oficialmente que pretende realizar uma operação de dispersão de capital em Bolsa (nas praças de Frankfurt e Hamburgo) com a qual espera encaixar 500 milhões de dólares (446,2 milhões de euros).
De acordo com o comunicado da companhia alemã, 400 milhões de dólares serão conseguidos através da venda de acções a investidores institucionais e de retalho. Os restantes 100 milhões de dólares resultarão do reforço das posições dos actuais accionistas (50 milhões dólares cada), a Kühne Maritime e a CSAV.
O comunicado é omisso em relação à data marcada para a entrada em Bolsa, mas fontes próximas do processo avançam que a operação poderá realizar-se já em Novembro.
O grupo turístico TUI, que tem como objectivo estratégico abandonar a operação de transporte de mercadorias, deverá ter prioridade na venda da sua participação de quase 14% na empresa. Todavia, não deverá fazê-lo totalmente nesta IPO.
Na verdade, com os analistas a estimarem que a valorização da Hapag-Lloyd na IPO poderá superar os cinco mil milhões de dólares, o encaixe de 500 milhões previsto corresponderá a apenas cerca de 10% do capital.
Apesar do mercado mundial do transporte marítimo de contentores atravessar um período de grandes desafios, a Hapag-Lloyd está a beneficiar dos cortes de custos conseguidos com a integração da chilena CSAV e da descida dos preços do bunker ao longo do último ano.
No primeiro semestre de 2015, a empresa obteve um lucro líquido de 157 milhões de euros, ao passo que, em igual período do ano passado, registou um prejuízo de 173 milhões de euros.
“A oferta pública inicial é um marco na história da Hapag-Lloyd”, afirmou, citado no comunicado, o CEO da companhia, Habben Jansen. “A operação dar-nos-á melhor acesso aos mercados de capitais, o que nos permitirá investir mais no nosso negócio, o que será bom para os nossos clientes, os nossos recursos humanos e os nossos accionistas”, acrescentou.
A Hapag-Lloyd é a actual número quatro mundial no transporte marítimo de contentores. Tem 188 navios, com uma capacidade conjunta total a rondar um milhão de TEU. A companhia espera receber mais cinco navios de 10 500 TEU entre Outubro de 2016 e Maio de 2017.