Heathrow ganhou a Gatwick uma importante “batalha” pela liderança entre os aeroportos britânicos. A decisão sobre a expansão da capacidade deverá ser conhecida até ao final do ano.
A Comissão de Aeroportos do Reino Unido, criada há três anos pelo governo de David Cameron, concluiu “clara e unanimemente” que uma terceira pista em Heathrow serve melhor do que uma segunda pista em Gatwick os objectivos económicos e de assegurar ao país um papel de relevo no futuro da aviação mundial.
O parecer não é vinculativo, mas não deixa muita margem ao governo, que deve, segundo o presidente da Comissão, Howard Davis, tomar uma decisão “o mais rápido que possa”. Londres deverá anunciar a decisão até ao fim deste ano.
A expansão do terceiro aeroporto com mais tráfego do mundo (e o primeiro no Reino Unido) tem um custo estimado de 17 mil milhões de libras (24 mil milhões de euros) e permitirá, segundo o relatório da Comissão, um aumento do PIB britânico em 147 mil milhões de libras (207 mil milhões de euros) ao longo dos próximos 60 anos e a criação de 70 mil novos empregos até 2050.
O “voto” da Comissão de Aeroportos do Reino Unido em Heathrow coloca, contudo, algumas condições para diminuir o impacto ambiental e social do projecto, que obrigará à demolição de 783 habitações nas imediações do aeroporto. O relatório aconselha a deslocalização da nova pista para Oeste, para reduzir o impacto sonoro nas comunidades vizinhas de Heathrow, e a insonorização das habitações.
Os impactes ambientais do projecto tem motivado a oposição de figuras importantes da política britânica, como o presidente da Câmara Municipal de Londres, Boris Johnson, e até dentro do Partido Conservador no governo, como o ministro da Defesa, Philip Hammond.