Dentro de uma semana a HMM poderá perder cerca de metade dos seus tripulantes, pelo menos, para a MSC. As cartas de rescisão de 317 já estão redigidas.
A HMM tem até 1 de Setembro para chegar a acordo com o sindicato dos tripulantes sobre a actualização dos salários. O novo prazo, que na prática é um adiamento, foi fixado pela estrutura sindical, que tem na sua posse as cartas de rescisão de 317 dos cerca de 600 tripulantes da companhia sul-coreana.
Se saírem, os tripulantes deverão rumar à MSC, que terá prometido ao sindicato contratar todos os seus membros, pagando-lhes duas vezes e meia aquilo que ganham actualmente.
Nas negociações com a HMM, os tripulantes reclamam aumentos de 25% e um prémio de 12 salários, depois de terem tido as remunerações congeladas entre 2011 e 2019, quando a companhia lutou para evitar a falência.
Para além da possível debandada de pelo menos metade dos tripulantes, mantém-se sobre a mesa a greve decidida em plenário e que, a avançar, poderá custar uns 580 milhões de dólares à companhia, segundo as contas da própria.
No porto de Busan, o maior da Coreia do Sul, os operadores dos terminais estão à beira de um ataque de nervos ante a possibilidade de verem os cais ocupados por navios da HMM sem tripulantes, seja porque abandonem a empresa, seja porque estejam em greve. A HMM integra a THE Alliance, pelo que os seus parceiros poderão também sofrer com o inédito congestionamento portuário.
O governo de Seul já tentou mediar o conflito, até ao momento sem sucesso, mas não deverá baixar os braços até pela importância da maior companhia marítima do país para o encaminhamento das exportações.