A reestruturação do Sector Empresarial do Estado (SEE) poderá ditar o fim das administrações portuárias e a criação de uma holding para o sector.
A notícia é avançada na edição de hoje do “DE”, que cita fontes do sector. Quer o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, que tutela o sector, quer o Ministério das Finanças, estarão cada vez mais inclinados a avançar com a constituição da holding para assumir a gestão dos sete maiores portos nacionais.
A ideia não é nova, pelo contrário, já foi várias vezes discutida. Desta feita, porém, a holding não seria meramente financeira, ou de planeamento estratégico, antes assumiria directamente a gestão dos portos. O conselho de administração seria composto por tantos administradores quantos os portos a gerir, ficando cada qual com um a seu cargo.
Actualmente, os sete portos nacionais são geridos por 15 administradores, sendo que os portos de Viana do Castelo e da Figueira da Foz têm os mesmos gestores da APDL e da APA, respectivamente.
A avançar o figuro da holding tal como é sugerido pelas fontes da “DE”, poupar-se-iam de imediato os salários e regalias de dez administradores portuários. Para além das poupanças que poderiam advir de outras sinergias, em função da integração que fosse feita na gestão dos portos (ao nível da promoção e marketing, por exemplo).
O Governo quer que as empresas por si tuteladas cortem 15% nas despesas para o próximo ano, o que está a criar sérios embaraços aos gestores incumbidos de fazer tais reduções.
Em Espanha existe a Puertos del Estado, holding que agrega todos os portos de serviço público. No entanto, cada porto tem a sua própria administração com ampla autonomia. A holding actua essencialmente ao nível da definição dos grandes investimentos nas infra-estruturas.