O acordo de cessar fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza poderá ser seguido pelos Houthis no Mar Vermelho, mas ainda será cedo para o regresso dos navios ao Suez.
Na sequência do acordo de cessar fogo na Faixa de Gaza, as milícias Houthis anunciaram o fim dos ataques no Mar Vermelho a navios mercantes que não sejam controlados, directa ou indirectamente, por Israel.
O cessar fogo abrangerá mesmo os navios que se dirijam para portos de Israel, acrescentaram fontes do movimento iemenita.
Não é ainda claro o que acontecerá, então, aos navios de armadores com ligações a Israel. Mas tudo indica que também esses poderão navegar incólumes à medida que avance a implementação do acordo de cessar fogo entre Israel e o Hamas, que deverá ser feita em três fases.
O fim dos ataques no Mar Vermelho poderá permitir o regresso dos navios à rota do Suez. Mas para já impera a cautela. Apenas a CMA CGM anunciou uma viagem de um navio através do canal egípcio. Ao invés, a Maersk Line e a Hapag-Lloyd, parceiras na Genesis Cooperation, já avisaram que manterão as viagens pela Rota do Cabo.
Assumindo que a situação se normalizará mais cedo do que tarde, já começaram a notar-se alguns movimentos de baixa dos preços dos fretes.
Uma tendência que poderá alastrar à medida que fique evidente a segurança da navegação no Mar Vermelho, que mais serviços regressem à rota do Suez e se torne notório o excesso de oferta de capacidade (que o desvio pela Rota do Cabo ajudou a mitigar).
No imediato, porém, dizem os analistas, o tempo é de espera para ver o que acontece. Uma dor de cabaça para os carregadores e para os operadores.
Os ataques dos Houthis no Mar Vermelho saldaram-se em vários navios afundados, a captura do Galaxy Leader com os seus 22 tripiulantes, seis mortos e vários feridos.