Humberto Pedrosa, o accionista privado da TAP, SGPS, deixará de ter participação na TAP, S.A., que ficará 100% nas mãos do Estado na sequência da reestruturação.
“O accionista privado é e continua a ser, como resultado desta operação, accionista privado da TAP, SGPS, que tem um conjunto de outros activos, mas não a TAP, SA”, disse Miguel Cruz, secretário de Estado do Tesouro, em conferência de imprensa, após a aprovação do plano de reestruturação da TAP.
Miguel Cruz esclareceu que “as entradas de capital, dos auxílios de Estado” mencionados “são entradas via TAP, SA”, algo que resulta numa “separação entre o activo TAP, SA e aquilo que é a holding TAP, SGPS”.
“O accionista privado, com o qual continuamos a colaborar e a discutir as opções para o futuro, mantém-se exactamente como accionista privado na TAP, SGPS, exactamente com a mesma percentagem”, disse o governante.
Humberto Pedrosa detém 22,5% da TAP, SGPS, sendo os restantes 77,5% detidos pelo Estado.
O secretário de Estado lembrou que a TAP, SGPS detém activos como “a Cateringpor, a Groundforce ou a própria Portugália”.
“Mas a TAP, SA passa, com estas entradas de capital, a ser exclusivamente pública”, deixando de ser detida pela TAP SGPS.
Ainda que não tenha sido referido pelos governantes, igual sorte deverá ter a posição dos trabalhadores da TAP, que detêm 5% da holding.
O ministro Pedro Nuno Santos esclareceu entretanto que os apoios à TAP atingirão o limite de 3 200 milhões de euros, devido a valores já pagos e a outros que ainda irão ser aprovados.
Além dos 2 550 milhões referidos por Bruxelas, há ainda compensações relacionadas com a pandemia de Covid-19, com 462 milhões de euros referentes ao primeiro semestre de 2020, 107 milhões ao segundo semestre, e ainda “falta a compensação Covid referente ao primeiro semestre de 2021 que será aprovada nos próximos dias”, segundo o ministro.