28 de Dezembro de 2021 foi o último dia de Humberto Pedrosa da TAP. O empresário cedeu a sua posição ao Estado sem contrapartidas, diz.
Cinco anos depois de ter entrado, com David Neeleman, na estrutura accionista da TAP, com grande mediatismo, Humberto Pedrosa deixou a empresa, de forma discreta. Tão discreta que nem foi comunicada ao mercado, avança o “Público”.
David Neeleman, que saiu em Outubro de 2020, recebeu pela sua posição 55 milhões de euros. Agora, “a transmissão das acções detidas pela HPGB representativas de 22,5% do capital social da TAP SGPS para a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças” foi feita a título gracioso, diz o empresário. Mesmo se, no final de 2020, o seu nome estava ligado a 169 milhões de euros em prestações acessórias.
Ao “Público”, o empresário foi taxativo: “Sempre fiz parte da solução, não tive nenhuma contrapartida, não estou arrependido e voltava a fazer o mesmo, agora com um contributo maior pela experiência adquirida”.
“Comparo a minha experiência na TAP a quem adopta um filho que vive em extrema pobreza e em dificuldades de sobrevivência, o vê crescer, saudável e preparado para enfrentar o futuro que foi interrompido pela pandemia (covid-19)”, acrescentou.
Na estrutura accionista da TAP, SGPS mantêm-se agora, como privados, apenas os trabalhadores que em tempo adquiriram 5% da empresa. Não se sabe qual será o destino dessa participação, numa holding que está a ser esvaziada dos seus activos.
Entretanto, ficou também a saber-se a TAP M&E Brasil fechou, definitivamente, em Maio. A conta final dos prejuízos ainda não está feita, mas é seguro que no final do ano passado rondava os 600 milhões de euros.
Falando de prejuízos, no exercício de 2021, a TAP, SGPS contabilizou perdas de 11,8 milhões de euros na Portugália e de 7,8 milhões de euros na Groundforce. A primeira é para ser integrada na TAP, no âmbito do processo de reestruturação aprovado por Bruxelas, a segunda tem ainda o seu futuro suspenso do processo de falência.