A IAG desistiu de comprar a Air Europa, recusando ceder a mais exigências da Comissão Europeia para viabilizar a operação.
A decisão da IAG foi ontem anunciada, na apresentação dos resultados da holding, por Luís Gallego, administrador-delegado, e justificada com a defesa dos interesses dos accionistas.
Com a desistência do negócio, a IAG terá de indemnizar a Globalia, que controla a Air Europa, em 50 milhões de euros. Uma nova investida não está prevista, “pelo menos no médio prazo”. Mas a participação de 20% na companhia aérea espanhola é para manter, disse o responsável.
Na sua última proposta à Comissão Europeia, a IAG dispôs-se a ceder à concorrência mais de metade (52%) da produção da Air Europa em 2023. Juntas, a Iberia e a Air Europa controlariam 64% das ligações entre Madrid e a América Latina, superando mesmo os 70% em alguns mercados (caso do Brasil).
A compra da Air Europa pela IAG (que controla a Iberia, British Airways, Vueling, Aer Lingus e Level) começou a ser negociada antes do eclodir da pandemia e o acordo chegou a ser anunciado em Janeiro de 2022. Mas não avançou. Em Fevereiro do ano passado, a IAG e a Globalia selaram o acordo final, que ficou dependente das autorizações das entidades responsáveis.
A Air Europa foi avaliada em 500 milhões de euros, valor a que acresce outro tanto (um pouco mais) de dívida, que terá de ser paga até 2026.
A partir daqui as atenções da IAG poderão concentrar-se na TAP, enquanto a Air Europa fica livre para encontrar novo parceiro (Lufthansa, Air France-KLM?…).