O mercado mundial de carga aérea, medido em toneladas-km voadas, aumentou 3,8% em 2016, liderado pela Europa, de acordo com a IATA.
Aquele crescimento é quase o dobro dos 2% de média dos últimos cinco anos. Ainda assim, a capacidade disponível aumentou 5,3%. Todas as regiões mundiais, excepto a América Latina, fecharam 2016 com nota positiva. Foi no segundo semestre que os volumes globais mais aumentaram, após um arranque de ano débil.
Quase metade do crescimento registado nos 12 meses do ano passado deve-se ao desempenho dos transportadores europeus. O mercado europeu de carga aérea subiu 7,6% em 2016, com um aumento de 6,7% da capacidade. No Médio Oriente, o crescimento foi 6,9% (a oferta de capacidade cresceu 8,4%) e em África a subida da procura ascendeu a 3,1%, mas a capacidade “disparou” 25,5%.
Também na América do Norte, a procura pelo transporte aéreo de mercadorias aumentou menos (+2%) do que a capacidade disponível (+3,4%), assim como na Ásia-Pacífico (respectivamente de +2,1% e +3,6%).
Pior registo só mesmo na América Latina, em que a capacidade até caiu (-2%) no ano passado, mas a procura retraiu ainda mais (-4,2%).
Em termos globais, a taxa de ocupação do espaço de carga foi, em média, de 43%, variando entre os 52,8% da Ásia-Pacífico e os 44,5% da Europa, de um lado, e os 22,2% de África e os 33,3% da América Latina, no noutro extremo.
“Em termos de procura, 2016 foi um bom ano para o sector da carga aérea, motivado sobretudo pelo bom desempenho no fim do ano. O forte aumento das exportações é um dado positivo. Porém, a indústria enfrenta alguns ‘ventos contrários’, com o estancamento do comércio mundial e as políticas proteccionistas. Os governos não devem esquecer que o comércio é uma ferramenta poderosa para o crescimento e a prosperidade”, afirma, em comunicado de imprensa, o director-geral e CEO da IATA, Alexandre de Juniac.
“A indústria do transporte aéreo de mercadorias deve, além disso, tornar-se mais competitiva. Sabemos que o caminho a seguir é definido pela transformação digital que melhorará a eficiência e a satisfação dos clientes. Devemos aproveitar o embalo do renovado crescimento da procura para impulsionar as inovações importantes da visão e-cargo”, acrescenta Alexandre de Juniac.