As companhias aéreas deverão lucrar este ano 4 mil milhões de dólares, prevê a IATA. Em Março, eram 8,6 mil milhões. Em 2010 foram 18 mil milhões. O principal culpado é o aumento do preço do combustível.
A factura do combustível a suportar este ano pelas companhias aéreas deverá atingir os 176 mil milhões de dólares. O preço médio do barril deverá fixar-se este ano nos 110 dólares, contra os 96 dólares antecipados em Março último. E, já se sabe, cada dólar a mais no preço do barril representa, na prática, um encargo extra DE 1,6 mil milhões de dólares para a indústria do transporte aéreo.
A situação só não será ainda pior porque, assume a IATA, cerca de 50% das necessidades de combustível das companhias para este ano terão sido contratadas ainda a preços de 2010. Mas se a alta dos preços se mantiver, o efeito far-se-á sentir em 2012.
Por outro lado, salienta Giovanni Bisignani, as companhias melhoraram muito a sua estrutura de custos. Em 2001, só conseguiam obter lucros com o barril abaixo dos 25 dólares.
As previsões de resultados do sector agora anunciados pela IATA em Singapura representam um corte de mais de 50% nas estimativas feitas ainda em Março passado. E fim a anos-luz dos números conseguidos em 2010. A confirmarem-se os lucros e as receitas esperadas (598 mil milhões de dólares), a rendibilidade do sector ficar-se-á por uns paupérrimos 0,7%.
Para além do combustível, também os acidentes naturais (caso do terramoto e tsunami no Japão) e a instabilidade no Norte de África e Médio Oriente contribuirão para os fracos resultados esperados.
Do lado da procura, a IATA estima agora que a carga aérea crescerá este ano 5,5%, e já não 6,1%, enquanto as passagens avançarão 4,4% ao invés dos 5,6% anteriormente previstos.
As companhias da Ásia-Pacífico conseguirão os melhores resultados globais, com um lucro agregado de 2,1 mil milhões de dólares. Ainda assim, muito longe dos dez mil milhões de há um ano.
As companhias europeias, por seu turno, deverão lucrar, no conjunto, 500 milhões de dólares (contra 1,9 mil milhões). A procura deverá avançar 3,9%, enquanto a oferta aumentará 4,8%. Com a crise da dívida soberana a afectar os países periféricos, o aumento da actividade deverá resultar essencialmente da subida das exportações e do incremento dos voos de longo curso, prevê a IATA.
Na América do Norte, as companhias deverão lucrar 1,2 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões em 2010). Cem milhões de dólares são os lucros esperados para a América Latina e para o Médio Oriente, em ambos os casos em contraste com os 900 milhões de ganhos de há um ano. As companhias africanas regressarão às perdas (100 milhões de dólares).