O mercado mundial de carga aérea caiu em Agosto, em boa parte devido à insuficiente capacidade, avança a IATA.
De acordo com a IATA, a procura de carga aérea continua a atenuar a quebra, mas a oferta de capacidade está a níveis muito baixos, dada a perda do espaço de carga disponível nos porões, pois os aviões de passageiros permanecem estacionados devido aos efeitos económicos da pandemia de Covid-19.
Em Agosto, a procura global caiu 12,6% face ao mesmo mês de 2019 (-14% para operações internacionais). Trata-se de uma ligeira melhoria em relação à queda de 14,4% de Julho. A procura com ajuste sazonal cresceu 1,1% em Agosto na comparação com Julho.
No que à capacidade global respeita, Agosto revelou uma descida de 29,4% face ao mês homólogo do ano passado (-31,6% nas operações internacionais), um decréscimo em linha com os 31,8% de perda observados em Julho.
A capacidade de carga disponível nos porões ficou 67% abaixo dos níveis de Agosto de 2019 (devido à existência de menos serviços de passageiros neste período de pandemia), descida que, explica a IATA, foi apenas parcialmente compensada por um aumento de 28,1% na capacidade de aeronaves apenas de carga. A utilização diária média de aviões cargueiros de grande porte é de quase 11 horas por dia, os níveis mais altos desde 2012, quando esses dados começaram a ser analisados.
Europa continua com maiores perdas
Entre os principais mercados regionais, a Europa liderou as perdas em Agosto, com um recuo de 19,3% na procura. Pior só mesmo a América Latina (-26,1%), mas esta região representa apenas 2,8% do mercado mundial (contra 23,6% do Velho Continente).
A Ásia-Pacífico registou no mês passado uma quebra de procura de 18,3%, enquanto o Médio Oriente recuou 6,8%, a América do Norte 4% e África cresceu 1%.
Do lado da oferta, a América Latina (-38,5%) teve a maior descida em Agosto, seguida de Ásia-Pacífico (-35%), Europa (-33,5%) e América do Norte (-28,2%). A região que viu a oferta baixar menos em Agosto foi o Médio Oriente (-24,2%), indica a IATA.