O mercado mundial de carga aérea deverá atingir este ano um volume recorde de receitas e continuar a crescer em 2022, prevê a IATA.
No ano passado, por força da pandemia, que deixou no chão a esmagadora maioria dos aviões de passageiros, o negócio da carga aérea (cerca de 129 mil milhões de dólares) garantiu um terço das receitas das companhias aéreas, o que aumentou um aumento de 10-15 pp relativamente aos tempos pré-Covid.
Este ano, a situação nas passagens continua incerta, mas a carga aérea deverá superar em 8% a procura de 2019. Para o final do exercício, a IATA projecta um volume de receitas recorde de 175 mil milhões de dólares, avançou Brendan Sullivan, o novo director global de carga da associação, intervindo no World Cargo Symposium, em Dublin.
Como se um recorde não bastasse, os yields também estão em alta, a subir 15% face ao pré-Covid, acrescentou.
Para 2022, as perspectivas são também optimistas, com a procura a crescer 13% face a 2019. As receitas, essas cederão ligeiramente, para a casa dos 169 mil milhões de dólares, fruto de uma quebra esperada de 8% nos yields, sublinhou Branden Sullivan.
A suportar o outlook positivo estão os indicadores da produção industrial e dos inventários, com o comércio mundial a dever crescer 9,5% este ano e 5,6% no próximo. O crescimento a dois dígitos do e-commerce e a procura de transporte para cargas sensíveis também ajudam ao optimismo.
“A carga aérea é uma indústria de uma importância crítica. A pandemia lembrou-nos disso”, disse o director global da IATA para o sector. “Precisamos de manter este “momentum” alcançado durante a crise e continuar a construir a resiliência pós-pandemia”, exortou.