A IATA antecipa para este ano um recorde de receitas para as companhias aéreas. Mas avisa para a fraca rendibilidade do negócio.
A IATA reviu em alta as previsões para os resultados das companhias aéreas no ano em curso. Se em Dezembro do ano passado a associação apontava para lucros da indústria de 25,7 mil milhões de dólares e uma margem líquida de 2,7%, agora antecipa lucros de 30,5 mil milhões e uma margem líquida de 3,1%.
A nova previsão implica um crescimento de 11,3% face ao resultado liquido de 27,4 mil milhões de dólares estimado para 2023 (as contas ainda não estão fechadas) e uma ligeira melhoria face aos 3% de margem líquida que se terão verificado no último exercício.
Os lucros operacionais agora esperados para 2024 são de 59,9 mil milhões de dólares, num crescimento de 14,7% face aos 52,2 mil milhões estimados para 2023.
O volume de negócios da indústria deverá atingir 996 mil milhões de dólares, um máxima absoluto.
O tráfego de passageiros contribuirá com receitas de 744 mil milhões de dólares (num crescimento homólogo estimado de 15,6%), enquanto o negócio da carga valerá 120 mil milhões de dólares, abaixo dos 138 mil milhões de 2023, longe dos 210 mil milhões de 2021, mas ainda assim acima dos 101 mil milhões registados em 2019, salienta a IATA.
Para o ano em curso, a associação das companhias aéreas projecta a movimentação de 62 milhões de toneladas de carga, com as yields a caírem 17,5% para um nível ligeiramente acima do verificado em 2019.
Apesar da melhoria das previsões, Willie Walsh, director geral da IATA, deixa um aviso:
“A indústria aérea está no caminho para lucros sustentáveis, mas ainda há uma grande lacuna a cobrir. Um retorno de 5,7% sobre o capital investido está bem abaixo do custo de capital, que é superior a 9%. E ganhar apenas 6,14 dólares por passageiro é uma indicação de quão escassos são os nossos lucros – apenas o suficiente para um café em muitas partes do mundo”.