A indústria do transporte aéreo deverá regressar aos lucros em 2023, com a América do Norte a atingi-los já no ano corrente, prevê a IATA.
A recuperação do transporte aéreo mais rápida do que o inicialmente esperado levou a IATA a rever em alta as previsões para o final do exercício corrente. As perdas esperadas para a globalidade do sector são agora de apenas 9,7 mil milhões de dólares (em Outubro, a estimativa era de 11,6 mil milhões de dólares).
Pode ainda parecer muito, mas o facto é que se trata de uma forte progressão face aos 42,1 mil milhões de dólares perdidos em 2021. E então na comparação com as perdas de 137,7 mil milhões registadas em 2020…
A margem líquida do sector deverá, assim, ficar-se pelos 1,2% negativos, bastante melhor que os -8,3% do ano passado e os -36% de há dois anos.
O aumento da procura está a ser decisivo para a melhoria da saúde financeira do sector, com a IATA a prever que se atinja já 83% dos níveis da pré-pandemia.
As receitas do sector deverão tocar os 782 mil milhões de dólares, mais 54,9% que em 2021 e já representando 93,3% do nível de rendimentos de 2019.
Mas também os ganhos de eficiência e a recuperação das margens estão a dar um importante contributo, desde logo para compensar o agravamento dos custos, com destaque para a subida de 40% do preço do combustível.
Se o sector como um todo permanecerá ainda no vermelho no final de 2022, a IATA antecipa que a América do Norte atinja já lucros de 8,8 mil milhões de dólares, Nos antípodas, a Ásia-Pacífico deverá perder 8,9 mil milhões de dólares.
Para a Europa a IATA estima perdas de 3,9 mil milhões de dólares. A América Latina perderá 3,2 mil milhões de dólares, o Médio Oriente 1,9 mil milhões e África apenas 700 milhões.
As novas previsões da IATA foram apresentadas na assembleia geral anual da organização, que decorre em Doha.