Ao cabo de seis anos de negociações, os membros da ICAO acordaram no início da semana limitar as emissões poluentes dos novos aviões… a partir de 2020.
As novas regras, acordadas em Montreal, na sede da ICAO (agência da ONU com 191 países-membros), estabelecem como meta uma redução de 33% das emissões de CO2. Este objectivo terá de ser cumprido pelos novos modelos de aviões lançados a partir de 2020, e de modo gradual, entre 2023 e 2028, pelas unidades novas de modelos de aviões já existentes (que terão assim de ser modernizados ou descontinuados). Os aviões actualmente em operação ou que comecem a voar até 2020 não serão afectados.
As normas aplicar-se-ão a todos os fabricantes de aviões. Mas serem vinculativas terão ainda de ser aprovadas pelo Conselho de Administração da ICAO, que deverá reunir no final do ano corrente.
O transporte aéreo ficou de fora do acordo final da recente Cimeira do Clima, realizada em Paris em Dezembro último, ao que parece porque se aguardava o resultado das negociações no âmbito da ICAO.
O sector do transporte aéreo foi responsável pela emissão de 724 milhões de toneladas de CO2 em 2014, cerca de 3% do total mundial. Mas prevê-se que tripliquem até 2050.
A Comissão Europeia e os EUA já saudaram o acordo alcançado em Montreal, mas as associações ambientalistas duvidam do impacte das metas fixadas. E insistem na necessidade de generalizar o comércio das emissões.