A Loftleidir Icelandic, empresa do grupo Icelandair, é a única candidata à compra de 49% da Azores Airlines. A Oposição açoreana critica o negócio, que agrada ao governo… de Cabo Verde.
“Na sequência da análise da manifestação de interesse apresentada pela Loftleidir Icelandic, concluiu-se que o potencial comprador em causa demonstrou cumprir integralmente ambos os requisitos de pré-qualificação”, informou a SATA, em comunicado.
De acordo com a SATA, a primeira fase do procedimento de negociação particular relativo à alienação de 49% do capital social da Azores Airlines está “concluída tendo ficado pré-qualificado o único potencial comprador que apresentou manifestação de interesse, a Loftleidir Icelandic, empresa do grupo Icelandair”.
A partir daqui, a empresa candidata terá de apresentar uma proposta vinculativa, após o que o caderno de encargos prevê uma negociação para melhorar tal proposta.
Certo é que o valor a oferecer pelo potencial futuro accionista não poderá ser inferior a 3,6 milhões de euros, devendo ser apresentado também um plano de capitalização da operadora, a par da vinculação a um suprimento
mínimo de 10 milhões de euros.
O capital social do grupo SATA é detido por um único accionista, a Região Autónoma dos Açores.
A Azores Airlines fechou o terceiro trimestre de 2017 com um prejuízo de 20,6 milhões de euros, estando ainda por fechar as contas finais do ano.
Quem é a Loftleidir Icelandic
A Loftleidir Icelandic foi criada em 2022 como subsidiária do grupo Icelandair para operar nos mercados internacionais de charters, ACMI e AM Leasing.
Actualmente gere uma frota composta por um Boeing 737-700, dois Boeing 737-800, quatro Boeing 757-200 e três Boeing 767-300ER.
Entre os seus clientes contam-se companhias como a Avianca ou operadores turísticos como a Tui.
Governo de Cabo Verde aplaude
A eventual entrada do grupo Icelandair na Azores Airlines complementa e valoriza o possível negócio entre aquele grupo e a companhia TACV, disse ontem, na Praia, o primeiro ministro cabo-verdiano.
Ulisses Correia e Silva disse ainda que o negócio em nada afecta a estratégia de
negociação com o grupo islandês, que está a gerir a TACV e a proceder à
estruturação da plataforma aérea da ilha do Sal, tendo acrescentado que se
complementam muito bem, “atendendo a que fazemos parte da Macaronésia e queremos que entre os arquipélagos das Canárias, dos Açores, da Madeira e de Cabo Verde haja maior complementaridade de mercados”.
O primeiro ministro de Cabo Verde, citado pela “Inforpress”, disse ainda que continuam a decorrer as negociações com o grupo Icelandair para a eventual compra de uma participação de 51% no capital social da TACV.
Ao invés, nos Açores, a privatização continua a ser criticada pela Oposição, que viu na apresentação de um único candidato mais um motivo de preocupação.