A existência de um ambiente concorrencial nos portos será a melhor forma de alcançar a eficiência da factura portuária (entenda-se redução e transparência), sustenta o presidente da AGEPOR, em declarações ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
“Mais do que preocuparmo-nos em dissecar a factura portuária, importa criar condições para a sua eficiência. A reforma do trabalho portuário é importante. A procura do volume será também determinante. E depois há que fazer jogar a concorrência, criar um ambiente competitivo”, defende Rui d’Orey.
As administrações portuárias terão também de dar um contributo, mas sem prejudicar a sua capacidade de sustentabilidade. “As administrações portuárias têm de ser eficientes e competitivas. Mas também de ser sustentáveis, para fazerem face aos investimentos na competitividade dos portos”, explicita.
“Deve-se procurar o equilíbrio. As administrações portuárias devem ter um resultado económico-financeiro consequente com a sustentabilidade e competitividade dos portos”, reforça o empresário. Em nome da concorrência, seria importante, outrossim, que “enquanto prestadoras de serviços, as administrações portuárias operassem em ambiente competitivo”.
A renegociação das concessões será outra forma, avalia Rui d’Orey, de melhorar a competitividade do sector.
“Durante muito tempo, as concessões foram feitas na lógica da maximização das receitas para o Estado / administrações portuárias. O que tem um custo económico, na competitividade e capacidade exportadora e nos sobrecustos das importações”, critica.
“O foco das concessões deve estar na eficiência económica de médio/longo prazo e na competitividade dos portos. O que não significa “dar” as concessões. Têm de ser pagas na justa medida do seu valor económico”.
Os processos de renegociação dos contratos estão em curso. Rui d’Orey diz ser desejável que sejam céleres – até para os próprios concessionários – mas concede que são dossiers difíceis e complicados, logo, morosos.