Os gestores portugueses são os que mais receiam uma recessão pan-europeia, de acordo com os resultados do EPR – European Payment Report 2020, realizado pela Intrum.
De acordo com o estudo, 83% dos gestores portugueses prevê que uma recessão pan-europeia seja um dos maiores desafios a enfrentar nos próximos doze meses. Uma percentagem superior à média europeia, que se situa nos 57%.
Na mesma linha, mais de dois terços (68%) das empresas portuguesas inquiridas propõem-se reduzir custos, antecipando uma recessão, o que é a percentagem mais alta entre os 29 países da Europa abrangidos pelo estudo da Intrum.
Cerca de quatro em cada 10 (37%) das empresas nacionais inquiridas assume ir ser mais conservadora na assumpção de novas responsabilidades creditícias, valor ligeiramente acima da média europeia (35%).
O estudo da Intrum, que se foca na análise dos riscos de pagamento a nível nacional e internacional, tem por base um inquérito simultâneo a 9.980 empresas europeias, de 11 sectores de actividade.
Precisamente, falando-se de riscos de pagamento, os devedores em dificuldades financeiras e, logo, o possível incumprimento dos prazos é um dos principais desafios para os próximos 12 meses para metade das empresas portuguesas inquiridas (em comparação com os 38% dos inquiridos no resto da Europa).
O segmento dos consumidores (B2C) é aquele onde se regista a maior diferença entre a data de pagamento contratada e a data efetiva de pagamento, atingindo os 14 dias de atraso médio (82%), valor muito superior à média europeia que se situa nos 30%. As empresas (B2B) e o setor público têm atrasos médios de 40% e 46%, respectivamente, valores superiores à média europeia, de 30% (B2B) e de 28% (sector público).
Comentando os resultados, Luís Salvaterra, director-geral da Intrum Portugal, realça “o crescente diferencial entre o prazo acordado e o efectivo pagamento”, com consequências potencialmente devastadoras para as empresas, pelo que, diz, a gestão de pagamentos é uma “área critica para qualquer setor de actividade”.