Os investimentos na ferrovia, aliados à extracção do carvão, deverão acelerar o crescimento económico de Moçambique para os 8% ao ano até 2017, prevê a Economist Intelligence Unit (EIU).
A nova previsão representa uma revisão em alta dos 7,4% de taxa média anual projectada anteriormente. O próximo ano será o melhor do ciclo, com um crescimento de 8,3%, que deverá abrandar para os 8% nos dois anos seguintes e quedar-se nos 7,8% em 2016 e 2017.
O sucesso esperado está muito ligado à extracção e exportação de carvão, e aos investimentos na ferrovia a ela associados, sendo que a EIU alerta para que qualquer atraso no desenvolvimento das infra-estruturas ferroviárias (e portuárias) terá impacto na indústria do carvão e, logo, no cumprimento dos resultados anunciados.
O governo moçambicano prevê que dentro de três anos Moçambique tenha capacidade para escoar cerca de 50 milhões de toneladas de carvão por ano.
Tal implica um investimento de 5,3 mil milhões de dólares na linha de caminho-de-ferro Moatize-Nacala e um montante de igual dimensão para fazer com que a linha do Sena possa transportar anualmente pelo menos 18 milhões de toneladas, o triplo da capacidade actual.
Em fase avançada de preparação encontra-se a planificação de um investimento de 3,5 mil milhões de dólares para a construção da linha de caminho-de-ferro de Mutuali, que ligará Moatize ao Corredor de Nacala sem passar pelo Malawi, e em fase preliminar está a linha de Macuse, que ligará o centro carbonífero ao futuro porto de Macuse, na província da Zambézia.
De acordo com previsões feitas pelas empresas mineiras, estima-se que em 2025 a produção anual de carvão moçambicano seja de 100 milhões de toneladas.