A crise de Covid-19 poderá representar uma quebra de 20% na actividade global de transporte rodoviário de mercadorias, alerta a IRU.
“Com base na queda significativa nos embarques intercontinentais de contentores, a IRU estima um declínio na actividade global de transporte rodoviário de até 20% em 2020, dependendo de quanto tempo a situação continuar”.
A organiza avisa que essa quebra “pode levar a uma perda global de receitas dos transportadores de 800 mil milhões de dólares” [722 mil milhões de euros], uma previsão ainda assim menos catastrófica do que a anterior, que apontava para perdas de um bilião de dólares (903 mil milhões de euros).
Com margens reduzidas e escassas reservas de capital, muitos operadores de transporte rodoviário poderão entrar em colapso, receia a IRU. “Quase 6% de todas as pessoas empregadas no mundo trabalham no transporte rodoviário – principalmente em PME que, devido à sua dimensão , não conseguem lidar facilmente com choques externos, como os impactos económicos do Covid-19”, avisa a IRU.
A IRU acrescenta que a situação se tornou confusa, devido a “regras e restrições que mudam rapidamente e frequentemente de maneira aleatória ou descoordenada”. Na Europa, os países começaram a fechar fronteiras terrestres.
CE quer corredores para mercadorias
A Comissão Europeia emitiu ontem novas directrizes aos Estados-membros para tentar garantir que o tráfego de mercadorias continue desimpedido, na medida em que é “particularmente crucial para bens essenciais, como abastecimentos alimentares, equipamentos de protecção e dispositivos médicos”.
Bruxelas defende que “os Estados-membros devem designar corredores prioritários para o transporte de mercadorias (por exemplo, através de ‘faixas verdes’)”. “As nossas medidas para conter o surto de coronavírus só serão eficazes se coordenadas a nível europeu. Temos de tomar medidas excepcionais para proteger a saúde dos nossos cidadãos”, refere a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Mas vamos garantir que bens e serviços essenciais continuem a fluir no nosso mercado interno. Esta é a única maneira de evitar a falta de equipamentos médicos ou alimentos. Não é apenas uma questão económica, o nosso mercado único é um instrumento fundamental da solidariedade europeia”.