A Comissão Europeia prevê que 15% das receitas da Eurovinheta financiem a Rede Transeuropeia de Transportes. A IRU fala na criação de um novo imposto.
O Parlamento Europeu deverá votar no próximo dia 7 de Junho a proposta de directiva da Eurovinheta consensualizada entre a Comissão de Transportes do Parlamento e o Conselho de Ministros dos Transportes dos 27.
Mantém-se entretanto a polémica sobre o destino a dar às receitas resultantes da aplicação da nova directiva, e bem assim sobre os efeitos que a nova taxação terá sobre o sector do transporte rodoviário de mercadorias.
A proposta actual prevê que os estados-membros que decidam aplicar a directiva tenham de detalhar, com total transparência, o destino das receitas arrecadadas. E Bruxelas pretende mesmo que 15% das receitas sejam aplicados a financiar o desenvolvimento da Rede Transeuropeia de Transportes.
A IRU, porém, acusa o Parlamento Europeu de estar a transformar a Eurovinheta num novo imposto a suportar exclusivamente pelo modo rodoviário, e sem qualquer impacte directo na redução dos impactos ambientais da actividade transportadora.
“Não se reduzirão as externalidades do transporte rodoviário, e modos que se sabe serem menos eficientes continuarão a ser subvencionados de formam cruzada, sem incentivos para melhorarem o seu serviço ou aumentarem a sua produção”, afirmou a propósito do presidente do Comité de Ligação da IRU com a União Europeia.
A IRU quer, por isso, que os eurodeputados inscrevam uma emenda no texto da directiva que imponha que todas as receitas arrecadadas sejam utilizadas em projectos relacionados com o transporte rodoviário. E, mais, insiste em que a Comissão Europeia crie uma outra directiva que imponha que todos os demais modos de transporte paguem os respectivos custos externos.