O ISEG estima que a economia portuguesa tenha crescido 4,4% em 2021 e que em 2022 o crescimento do PIB se situe entre 4,8% e 5,8%.
De acordo com a síntese de conjuntura hoje divulgada, a evolução do indicador de tendência da actividade global foi “particularmente positiva em Outubro e Novembro”. Contudo, admite que “poderá ter sido mais comedida em Dezembro devido ao recrudescimento da pandemia e a algumas limitações de actividade que, em particular, afectaram os segmentos dos serviços relacionados com o alojamento e restauração, espectáculos e actividades similares”, pelo que o crescimento do PIB nos últimos três meses do ano “pode ter ficado um pouco aquém do inicialmente esperado”.
Assim, o ISEG estima que no último trimestre de 2021 o crescimento da economia foi de 4,7% face ao mesmo trimestre de 2020 e de 0,8% face ao terceiro trimestre. Já para total do ano de 2021, a estimativa é que o crescimento tenha sido de 4,4%.
Em Dezembro passado, o ISEG tinha revisto em baixa as previsões de crescimento da economia portuguesa para 2021, situando-as no intervalo entre 4,3% e 4,5%.
Para o ano que agora se inicia, e admitindo que a pandemia terá impactos sanitários menos negativos, o ISEG prevê que o crescimento da economia portuguesa se situe entre 4,8% e 5,8%. A sustentar o crescimento estará sobretudo a procura interna.
“Admite-se que a economia portuguesa crescerá, sobretudo, por impulso da Procura Interna, nomeadamente Consumo Privado (5%), Consumo Público (3%) e Investimento (10%). Espera-se uma retoma da procura turística externa, eventualmente não completa relativamente a 2019, mas o contributo da Procura Externa Líquida deverá ser nulo devido ao aumento da importação de bens”, diz a síntese de conjuntura.
Contudo, avisa o grupo de análise económica do ISEG que há riscos desta previsão, desde logo internos, como o investimento (pois é volátil, mas que este ano tem a parte positiva de haver mais fundos europeus para aplicar) e riscos externos, caso da evolução do preço do petróleo e potenciais efeitos inflacionistas. Há ainda o risco associado à pandemia de Covid-19, devido à possibilidade de gerar novas variantes.