Os economistas do ISEG reviram em baixa a estimativa de crescimento da economia portuguesa para este ano, estimando agora uma subida entre 6,0% e 6,4%.
Na Síntese de Conjuntura de Julho, o ISEG esperava um crescimento da economia portuguesa entre 6,4% e 6,8%.
“Com a informação actualmente disponível, considera-se que no terceiro trimestre de 2022 o PIB [Produto Interno Bruto] possa vir a decrescer entre -0,4% e 0% em relação ao trimestre anterior e crescer entre 3,8% e 4,3% em relação ao trimestre homólogo”, lê-se na Síntese de Conjuntura agora divulgada.
“Para a totalidade de 2022, o crescimento do PIB é revisto para valores entre 6,0% a 6,4%”, adiantam os economistas do ISEG.
Com base “na evolução e nas sugestões dos indicadores parciais disponíveis, admite-se que a economia portuguesa possa vir a decrescer ligeiramente, em cadeia, no terceiro trimestre”.
No que respeita à evolução das principais componentes da procura interna, “espera-se uma tendência de retração do consumo privado em volume, por efeito da inflação, ainda que esta possa ser bastante compensada pelo crescimento da procura automóvel, cuja oferta parece, entretanto, estar a ser corrigida”.
Em termos de investimento, “a evolução do consumo de cimento sugere que, para já, poderá continuar a decrescer em cadeia e em termos homólogos”. Ao mesmo tempo, “o contributo da procura externa líquida continuará positivo em termos homólogos, mas, com correcção sazonal, tenderá a ser mais reduzido no terceiro trimestre”.
Em síntese, “um crescimento em cadeia entre -0,4% e 0% e um crescimento homólogo entre 3,8% e 4,3% são, para já, os valores assumidos como mais prováveis para o terceiro trimestre”, sendo que “esta previsão será reavaliada dentro de um mês com a informação entretanto disponibilizada”, sublinham os economistas do ISEG.
Relativamente ao crescimento do PIB este ano, é agora “considerado mais provável” que se situe entre 6,0% e 6,4%, embora estes valores estejam “sujeitos a revisão, em particular após a divulgação pelo INE das Contas Nacionais finais relativas a 2020 (a 23 de Setembro) que poderão, tal como nos anos anteriores, levar o INE a corrigir alguns dos valores provisórios disponibilizados para 2021 e 2022”.