A Ferrocarriles dello Stato (FS), operadora pública ferroviária italiana, propõe-se investir 94 mil milhões de euros em dez anos para tornar-se “uma porta de entrada para um ecossistema de mobilidade”, agregando ferrovia, autocarros, carpooling e “ride sharing”.
O plano estratégico 2017-2026 ,designado “Moving Forward”, foi anunciado pelo CEO da FS, Renato Mazzoncini.
No presente, cerca de 80% das viagens e Itália são feitas em automóvel, contra 15% dos transportes públicos e 5% da ferrovia. A companhia italiana pretende oferecer “mobilidade colectiva porta a porta”.
Os responsáveis pelo grupo FS prevêem que as receitas cresçam dos nove mil milhões de euros antecipados para o ano em curso para 17,6 mil milhões de euros em 2026. O outlook para o EBITDA é que cresça 2,3 mil milhões a 4,6 mil milhões de euros por ano. Cerca de 70% desse crescimento será conseguido por áreas de negócio que não são “core” actualmente, nomeadamente através de aquisições.
O grupo transalpino salienta que a janela temporal de dez anos é essencial para operar a mudança da abordagem ao negócio e desenvolver projectos de infra-estruturas. Os planos passam por investir 73 mil milhões de euros em infra-estruturas, 35 mil milhões de euros em material circulante e sete mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento.
Daquele montante global, 58 mil milhões de euros já estão, segundo a FS, assegurados: 35 mil milhões de euros serão financiados pelo Estado italiano através do contrato-programa em curso; os restantes 23 mil milhões de euros serão financiados pela própria FS.
Na apresentação do “Moving Forward”, Renato Mazzoncini salientou ainda que grande parte do crescimento chegará dos mercados internacionais. No presente, a actividade fora de Itália representa 13% das receitas e a meta é que alcance 23% até 2026.
Recorde-se que ainda recentemente a FS garantiu a compra do operador homólogo grego.
O número de trabalhadores deverá subi, por via do crescimento orgânico e da aquisição de outros operadores, de 69 mil para 100 mil.
A privatização de parte dos activos da FS continua no pensamento da administração da companhia e deverá avançar em 2017.