O futuro dos transportes e da logística pertence à multimodalidade e os transitários são os verdadeiros operadores multimodais, sustenta o novo presidente da APAT, Joaquim Pocinho.
É pelas mãos dos associados da APAT que passa grande parte das exportações portuguesas, lembrou o presidente dos transitários, no seu discurso de tomada de posse.
Os transitários têm, por isso, um papel preponderante no desenvolvimento da economia nacional, e dispõem-se a ajudar a esse sucesso, em nome e em benefício da carga, vincou Joaquim Pocinho. Mas numa cadeia que é iminentemente colaborativa, o Estado terá de fazer também a sua parte, disse, apelando a “um ambiente mais amigável para as empresas” e ao fim das “taxas, autorizações e processos burocráticos que nos retiram competividade”.
Sobre o futuro do sector (e, logo, dos transitários), o novo presidente da APAT mostrou-se optimista, tendo elencado os quatro pilares que entende deverem ser priorizados: a digitalização (por uma questão de rendibilidade, mas também porque permite maior competitividade mesmo às pequenas e médias empresas que constituem o essencial do tecido empresarial do sector); a integração vertical das cadeias de valor (permitindo captar e disponibilizar o valor acrescentado ao longo de toda a cadeia); a escala (porque é vantajoso para as empresas e para a economia nacional ter transitários nacionais com dimensão internacional – a propósito, defendeu uma política público de fomento às fusões e aquisições: “o país tem de ser ambicioso e perder preconceitos”, disse); e o e-commerce (a exigir uma mudança no ADN dos transitários, tradicionalmente mais voltados para o B2B, mas tendo de voltar-se para o B2C, em crescimento acelerado).
Sobre os objectivos da nova Direcção para o mandato de três anos que agora se inicia, Joaquim Pocinho falou, no essencial, num reforço das opções que já vêm sendo implementadas, nomeadamente ao nível das relações com os demais stakeholders, da aposta na formação e no reforço do apoio jurídico às empresas associadas. Novidade foi o anúncio da intenção de promover a criação de uma comunidade portuguesa de logística ferroviária. E reafirmada foi a exigência da “criação de, pelo menos, uma Secretaria de Estado para agregar as temáticas dos transportes e da logística”. Como é sabido, ainda não foi desta.
Como se impunha, o novo presidente começou por agradecer aos dirigentes antecessores, em particular a António Dias (que deixou cargos executivos ao cabo de 21 anos), Paulo Paiva (que transitou para a presidência da Assembleia Geral, e já leva 18 anos de dirigente associativo), Rui Moreira e Anabela Guerreira. A maior e mais sentida salva de palmas visou Ana Cristina Pereira, vice-presidente falecida em 2022.
A cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da APAT para o triénio 2024-26 realizou-se no terminal de cruzeiros de Leixões. Entre os convidados, notaram-se as presenças de Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos, Ana Paula Vitorino, presidente da AMT, e de administradores dos portos de Leixões, Aveiro e Sines e do IMT.