O ano de 2024 foi, em termos gerais, um ano positivo para os transitários. O mercado e a economia cresceram e o comércio mundial teve um crescimento de cerca de 3%. No entanto, a escassez de mão de obra e a pressão inflacionista que ainda se faz sentir no setor dos serviços, teve um efeito de pressão sobre as operações e as margens de comercialização.
Temos agora o ano de 2025 com desafios consideráveis. Em termos globais, vamos continuar a assistir às tensões geopolíticas no mundo, com impactos diretos na nossa atividade; as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente estão longe de terminar e teremos, com toda a certeza, alterações profundas no comércio global, com o advento de medidas protecionistas, conforme se vai discutindo na cena internacional; continuaremos à espera de uma melhor definição da Europa no contexto mundial, numa altura em que as duas principais economias europeias (Alemanha e França) se encontram em dificuldades. Será um ano desafiante para os transitários, mas, com toda a certeza, saberemos encarar os desafios e ultrapassá-los, usando todas as capacidades de adaptação e resiliência que caracterizam o setor transitário.
A APAT irá continuar a fomentar soluções que privilegiem o transporte multimodal. Vivemos uma época em que a sustentabilidade ambiental e a descarbonização da economia são temas centrais. Com cadeias de abastecimento cada vez mais complexas e sofisticadas, o transporte multimodal é a resposta à pressão da competitividade económica e, simultaneamente, da sustentabilidade ambiental. É nesta linha de atuação e pensamento que a APAT liderou a criação da Comunidade Logística Ferroviária (CLF). Este novo organismo, que incorpora os principais stackeholders do setor, tem como missão fundamental a promoção e desenvolvimento do transporte ferroviário de mercadorias. Este meio de transporte, tantas vezes esquecido, será fundamental no futuro para atingir as metas de competitividade e sustentabilidade a que nos propomos.
Os desafios futuros, já vimos, terão de ser vencidos com inovação tecnológica e também com mudanças organizacionais e na forma de operar. Teremos mercados cada vez mais competitivos, clientes mais exigentes e à procura de soluções inovadoras para as suas necessidades.
O ano de 2025 será mais um ano em que o comércio eletrónico baterá recordes de volumes transacionados. Os transitários terão a obrigação de acompanhar este fenómeno de perto. O comércio eletrónico (CE) representa 21% do comércio total da UE e 10% em Portugal. Apresenta taxas de crescimento do dobro do comércio tradicional e são as faixas mais jovens da população quem mais usa esta solução de comércio. Não temos dúvidas que o futuro estará baseado cada vez mais em soluções de CE. Para os transitários, o CE representa um desafio global para as suas operações – cada vez mais teremos contato com soluções B2C e a inovação tecnológica será central na forma de operar. Os transitários enfrentam desafios enormes, que mudarão substancialmente o negócio, mas só acompanhando e compreendendo as mudanças em curso poderemos assegurar o futuro das nossas empresas.
Os desafios futuros, já vimos, terão de ser vencidos com inovação tecnológica e também com mudanças organizacionais e na forma de operar. Teremos mercados cada vez mais competitivos, clientes mais exigentes e à procura de soluções inovadoras para as suas necessidades. O conhecimento, num mundo cada vez mais complexo e de mudança acelerada, terá um papel cada vez mais central na forma como venceremos estes desafios. A APAT, neste contexto, iniciará uma cooperação mais aprofundada e consequente com instituições de ensino superior que se dedicam ao estudo da temática dos transportes e logística. Vivemos tempos em que é fundamental passar das palavras aos atos. Temos que, de uma vez por todas, colocar as empresas e as universidades a cooperarem por forma a encontrarem as melhores soluções para os enormes desafios que temos pela frente. Sem inovação não conseguiremos dar resposta aos desafios a que os nossos clientes nos irão submeter. E cabe à APAT fazer o papel de “ponte” entre o mundo empresarial e as universidades. Falamos em inovação tecnológica, mas também organizacional e de conhecimento das dinâmicas do comércio mundial, entre outas temáticas importantes. Por tudo isto, a APAT, juntamente com instituições académicas portuguesas, encontra-se a estudar a melhor maneira de podermos passar cada vez mais conhecimento às empresas. A APAT elegeu o ano de 2025 como o ano da cooperação entre o mundo do conhecimento e o mundo das empresas. Em breve anunciaremos as ações que estamos a estruturar para o ano de 2025 neste importantíssimo e fulcral tema.
Em 2025 continuaremos a enfrentar um estado burocrata e caro que imputa custos fiscais e de contexto em demasia às empresas. Esta situação retira competitividade à economia portuguesa nos mercados internacionais e, consequentemente, diminui os mercados onde as empresas portuguesas operam. Nunca será de mais repetir: a despesa pública portuguesa terá de diminuir e ser usada com regra e critério. A alta carga fiscal e os custos de contexto em demasia retiram mercado e escala às nossas empresas, fatores que condicionam o crescimento e, por tal, o futuro.