A partir de Viana do Castelo e de Leixões, sucessivos navios carregaram materiais destinados ao prolongamento do molhe do porto de Sines, num verdadeiro pipeline logístico.
Presente, enquanto transitário, no porto de Viana do Castelo desde Setembro de 2020, a Jomatir estreou-se agora ali como agente de navegação, com a escala do primeiro navio de uma operação de transporte de materiais provenientes da Siderurgia Nacional, na Maia, e destinados às obras de prolongamento do molhe do porto de Sines (no âmbito da ampliação do Terminal XXI).
Em Viana do Castelo, o Atlantic Island carregou a primeira “remessa”, de 4 700 toneladas. As demais seguiram a partir de Leixões.
No total foram movimentadas cerca de 67 500 toneladas. A operação implicou o transporte, por camião, da Maia até Viana do Castelo, primeiro, e Leixões, depois, e o transporte marítimo até Sines. A opção recaiu na utilização de navios mais pequenos, tendo sido realizada uma dezena de viagens.
“Atendendo ao projecto que nos apresentaram, a solução mais valorizada pelo cliente foi a criação de um pipeline, com a entrega continuada de quantidades mais pequenas a tornar mais eficiente a logística, quer na expedição, quer na recepção das cargas”, justificou o CEO da Jomatir.
Mas não só. “A própria utilização de navios mais pequenos proporcionou podermos utilizar mais do que um porto marítimo”, acrescentou.
E porquê Viana do Castelo? “A Jomatir tem uma das suas delegações dentro do porto de Viana do Castelo. Estando a mercadoria a transportar numa área servida por dois portos que até pertencem à mesma Administração Portuária, pensámos em criar uma solução multimodal que, para além de utilizar vários meios de transporte também pode utilizar mais do que um porto. Com a utilização do porto de Viana do Castelo também contribuímos para a utilização das infra-estruturas já existentes em Portugal”, respondeu Daniel Pereira.
A carga transportada dá pelo nome de ASIC 0/40, um agregado siderúrgico inerte para construção obtido a partir da escória de materiais ferrosos, destinado, no caso, a ser incorporado na produção de blocos Antifer.
O pipeline Jomatir é um exemplo do futuro das soluções logísticas baseadas no transporte marítimo:
1-Flexíveis, usando navios mais pequenos para acesso a portos “à medida”
2-Curta distância em relevo (a cabotagem entre Viana/Leixões e Sines para granéis sólidos é notável)
3-Economia Circular seguindo o Plano Ecológico Europeu onde o execrável lixo da Economia Linear passa a virtuosa matéria prima. É bom que, em Leixões, se interiorize isto no Vidro, na Sucata e na Estilha.