Os lucros excepcionais da Hapag-Lloyd causam “desconforto” a Klaus-Michael Kuehne, que detém 30% da companhia germânica, a par da CSAV.
Numa entrevista ao “Frankfurter Allgemein”, o empresário disse que os lucros alcançados pela Hapag-Lloyd “são excessos que não podem ser entendidos, de todo”.
E acrescentou: “Os clientes pagam praticamente qualquer preço para garantir o transporte dos seus produtos e manterem as suas cadeias de abastecimento. Mas isso não se manterá por muito tempo”.
Klaus-Michael Kuehne disse prever que a situação tenderá a normalizar-se durante o último trimestre do ano corrente.
A Hapag-Lloyd destronou a Volkswagen como a companhia germânica mais lucrativa. com uma margem de 52% e uma previsão de lucros para o final do ano de 18 mil milhões de euros.
Questionado sobre a justiça da “tonnage tax”, que faz com que a companhia apenas pague uma taxa de 0,5% sobre os milhares de milhões ganhos, Klaus-Michael Kuehne sustentou que o governo alemão nada pode fazer a esse propósito, uma vez que o regime fiscal cumpre com a lei comunitária.
Além de deter 30% da Hapag-Lloyd e de controlar a Kuehne + Nagel, o empresário tornou-se em Julho o maior accionista individual da Lufthansa, com uma posição de 15%. que não prevê aumentar.
Na entrevista ao “Frankfurter Allgemein”, confrontado com a possibilidade de aproveitar a venda dos 10% que o estado ainda detém na companhia aérea para reforçar a sua posição, Klaus-Michael Kuehne. “Teríamos uma minoria de bloqueio de 25%, e do ponto de vista político isso provavelmente não seria viável”.