A “explosão” da oferta de serviços de entrega na “last mile” arrisca aumentar o congestionamento e as emissões poluentes nas principais cidades, avisa o relatório “O Futuro do Ecossistema da Última Milha”.
A previsão do estudo (que pode ser consultado, em inglês, aqui ) é que os serviços “last mile” cresçam 78% até 2030 nas 100 maiores cidades do mundo, resultando num aumento médio de 11 minutos da duração dos trajectos urbanos, devido à existência de mais viaturas de distribuição.
A análise, elaborada pelo Fórum Económico Mundial, pela McKinsey & Company e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), revela que, para lidar com esse crescimento nas entregas, serão necessários “36% mais veículos” nos centros das cidades até 2030, o que “levará a um aumento nas emissões (+30% de CO2) e do congestionamento de tráfego (+21%)”, a não haver uma intervenção efectiva para contrariar esses efeitos.
Last mile com veículos ecológicos
Os autores do relatório argumentam, porém, que “existem intervenções a realizar” e destacam entre as opções para reduzir o aumento das emissões de CO2 o uso de “veículos mais ecológicos”. Mais a longo prazo, os autores propõem o uso de “veículos eléctricos a hidrogénio”.
Do ponto de vista tecnológico, o estudo recomenda o “redireccionamento dinâmico”, que consiste em encontrar “a melhor maneira de ir de um ponto a outro através de actualizações constantes que reduzem a quilometragem e o tempo que os motoristas precisam para entregar as mercadorias. Outras soluções incluem entregas na rua por robôs ou dróides automatizados e armários para pacotes”.
Os autores do relatório avisam, aliás, que, num cenário de crescimento do comércio electrónico, o sector terá mesmo de recorrer a toda a tecnologia possível para controlar as emissões e os tempos de trânsito. “As entregas no mesmo dia e as entregas instantâneas são os segmentos que mais crescem no ambiente das entregas de última milha, aumentando a um ritmo de 36% e 17% por ano, respectivamente”, sublinham.