O novo terminal de contentores de Leixões vai esperar pelos estudos sobre a possível localização nos actuais terminal norte e petrolífero.
Ainda não será desta que o porto de Leixões avançará com a construção do novo terminal de contentores. João Neves, presidente da APDL, disse, na PORTO MARITIME WEEK, que a decisão do investimento depende agora da comparação entre transformar o terminal multiusos (como está previsto há mais de uma década) e construir praticamente de raiz um terminal na zona Norte do porto.
O estudo prévio da ampliação do terminal de contentores Norte (actualmente concessionado à TCL, grupo Yilport) prevê uma frente de cais entre os 720 e os 860 metros de comprimento e terraplenos de 25,5 a 26,7 hectares, duas linhas férreas de 430 metros de comprimento e uma capacidade anual de um milhão de TEU. Aí poderão ser operados navios com 15,5 metros de calado e 324 metros de comprimento.
A autoridade portuária pretende agora, nas palavras de João Neves, desenvolver os estudos da nova localização até um ponto equivalente ao feito para o terminal multiusos, e só depois tomar uma decisão sobre o investimento.
A transformação do terminal multiusos (inaugurado em Setembro de 2010) em terminal de contentores foi anunciada já em Outubro de 2011, mas o projecto ainda não saiu do papel. No ano passado, pouco antes de cessar funções, Nuno Araújo, então presidente da APDL, afirmou que tudo estava pronto para avançar com a obra, e que inclusivamente estaria sanado o diferendo com a Yilport sobre a exclusividade da operação de contentores no porto nortenho.
Entretanto, em entrevista ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS e à AGEPOR, Robert Yildirim, líder da Yilport, insistiu em que o grupo turco não abdica do seu exclusivo e que, ao invés, tem planos para investir entre 500 e mil milhões de euros, num novo terminal Norte.
A TCL, controlada pela Yilport, detém a concessão do terminal de contentores de Leixões por mais cerca de cinco anos, resultado da renegociação do contrato inicial e como contrapartida à modernização do terminal de contentores Sul.
A hipótese de desenvolvimento do novo terminal de contentores de Leixões no lado Norte ganhou força com o repentino encerramento da refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira, que tornou praticamente desnecessário o terminal da petrolífero dentro do porto.
Comparando com as dimensões limitadas do terminal Multiusos, a nova localização oferece uma muito maior capacidade operacional. Mas custará provavelmente mais dinheiro e demorará mais tempo a concretizar. Sendo que entretanto já passou mais de uma década… O novo compasso de espera poderá, assim, resultar numa melhor solução para o porto (e anda há a questão do terminal ro-ro, que opera no Multiusos…), além de resolver, de facto, a questão da concessão.
O novo Plano Estratégico do Porto de Leixões está prometido para Março do próximo ano.
Acontecerá no porto de Leixões o mesmo que aconteceu no porto de Sines, os investimentos serão adiados no prazo mínimo de 10 anos !