Leixões está apostado em desenvolver um porto seco em Medina del Campo, na província de Valladolid, comunidade autónoma de Castela e Leão.
O interesse na localização espanhola foi reafirmado pelo presidente da administração portuária de Leixões, ontem, no decurso do webinar “Railcargo4Iberia”, promovido pela Atlantico Business Development.
Falando da estratégia do porto nortenho para a ferrovia, Nuno Araújo referiu a intenção de reforçar e alargar o hinterland para o interior da Península com o estabelecimento de terminais e portos secos e citou as localizações da Guarda e de Medina del Campo.
O presidente do Porto de Leixões referiu ainda, a propósito, as negociações em curso com a Infraestruturas de Portugal (IP) para a APDL assumir a concessão do terminal da IP em Leixões, por um período de 40 anos. Objecto de negociação com a gestora das infra-estruturas será também o projecto de criação de um porto seco na Guarda.
Sobre Medina del Campo, Nuno Araújo não se alongou. O município local está apostado no desenvolvimento de uma plataforma logística intermodal, potenciando a sua localização estratégia, sobre o Corredor Atlântico ferroviário e com acesso directo à A-6 (Autovía del Noroeste), que liga a Madrid.
O investimento previsto é de 21 milhões de euros. A área a desenvolver ascenderá a 460 mil metros quadrados. O terminal ferroviário poderá receber comboios de 750 metros. Os trabalhos deverão começar este ano para ficarem concluídos em 2023.
A linha férrea entre Salamanca e Medina del Campo está electrificada desde o final de Outubro de 2015. Mas ainda está por concluir a electrificação da ligação de Salamanca à fronteira e, logo, à rede ferroviária portuguesa.
Recorde-se que em tempos a APDL chegou a protocolar com a Zaldesa, gestora da plataforma logística de Salamanca, a criação ali de um porto seco, mas o acordo nunca chegou a sair do papel.