A Linha da Beira Alta deverá reabrir “à exploração (com catenária em funcionamento) (…) até final do primeiro semestre de 2024”, avançou hoje a IP à “Lusa”.
Em Maio, o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, garantiu que estava a ser feito “um esforço imenso” para que a Linha da Beira Alta reabrisse no próximo domingo. Agora, a IP recusa que o não cumprimento da data seja um “novo atraso”, argumentando que o que se verifica é “uma continuidade dos constrangimentos, nomeadamente a falta de capacidade do mercado da construção (subempreiteiros, materiais, equipamentos e mão de obra) resultante da actual conjuntura mundial, bem como do período de forte investimento que o país atravessa”.
“A este complexo cenário juntou-se o furto generalizado de catenária (fio de contacto e feeder em cobre)”, acrescentou.
No entretanto, a IP garante que manterá os apoios financeiros aos operadores de mercadorias (e à CP), “tendo em vista a minimização dos impactos”. Porém, a Medway ainda não terá recebido qualquer verba.
A modernização da Linha da Beira Alta arrancou em 2019 (ano em que deveria ter ficado concluída, de acordo com o cronograma inicial do Frrovia 2020). Em Abril do ano passado, a circulação foi suspensa, por um período estimado de nove meses, com a justificação, entre outras, de permitir “importantes ganhos no encurtamento dos prazos de execução, poupanças ao nível dos encargos e forte mitigação dos transtornos provocados aos utilizadores”.
Em Janeiro deste ano, a IP avisou os operadores de que Dezembro era a nova data prevista para a retoma da circulação. A realização de trabalhos não previstos e as dificuldades na contratação de mão-de-obra e materiais foram as razões então invocadas para justificar mais um ano de atraso. Mas em Maio, o prazo foi “antecipado” para Novembro.
A IP referiu agora à “Lusa” que não se prevê um aumento do custo da obra, que representa um investimento de 600 milhões de euros, integrado no programa Ferrovia 2020. “De qualquer forma, o apuramento das verbas totais envolvidas no presente investimento (em vários contratos de empreitadas, prestações de serviços e de aquisição de materiais) só será efetuado no final”, acrescentou.